Documentos provam que juíza pediu escolta

A juíza Patrícia Accioli, assassinada com dezenas de disparos na sexta-feira, em Niterói, arredores do Rio de Janeiro, pediu por escrito, repetidamente, o aumento da protecção policial devido às ameaças que recebia. Para o provar, o advogado da família vai entregar às autoridades documentos firmados pela magistrada e endereçados ao Tri-bunal de Justiça do estado do Rio (TJ-RJ). Num deles, datado de 13 de Fevereiro de 2007, Accioli refere que tem só três polícias militares na escolta e considera urgente o destacamento de pelo menos mais um.

18 de agosto de 2011 às 00:30
Patrícia Accioli, brasil, juíza, homicídio, dilma rousseff, governo Foto: Ricardo Moraes/Reuters
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Posteriormente, quando, por decisão dos responsáveis do TJ--RJ, viu a segurança reduzida a um polícia, ela refere que considera a nova escolta insuficiente.

Recorde-se que no dia 12, após o crime, o actual presidente do TJ-RJ, Manoel Alberto Rebêlo, disse que a escolta foi retirada depois de a própria juíza concluir "que não havia necessidade de continuar com segurança intensa".

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O desembargador Murta Ribeiro, presidente daquele tribunal em 2007, admitiu, por seu lado, ter sido ele a mandar reduzir a escolta. Diz que a decisão foi normal, pois se um juiz é ameaçado e a ameaça não se concretiza a segurança é posta ao serviço de outro magistrado.

Estas duas versões, algo contraditórias, adensam as suspeitas relativamente ao papel de responsáveis judiciais no crime. Essa desconfiança é ainda reforçada pelo facto de, em 2009, a própria Polícia Federal ter alertado, após escutas telefónicas, para a existência de ameaças à vida de Accioli e de membros da sua família.

PARTIDO ALIADO SAI DO GOVERNO DE DILMA

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O Partido da República, o mais fiel aliado do governo brasileiro nos dois mandatos de Lula da Silva, rompeu com a presidente Dilma Rousseff. Tal como o CM adiantou, terça-feira, o presidente do PR e ex-ministro dos transportes, senador Alfredo Nascimento, oficializou a saída do partido do governo. Nascimento queixou-se de falta de apoio de Dilma e negou envolvimento no caso de corrupção no Ministério dos Transportes, que levou à sua demissão e exoneração de 27 responsáveis. O PR tem 41 deputados e sete senadores.

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