Dois em cada 10 alunos do mundo sofreu violência escolar

UNESCO alerta que o assédio verbal é o tipo de violência mais típico.

17 de janeiro de 2017 às 00:33
violência, agressões, alunos, escola Foto: Andres Peiro Palmer
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Dois em cada dez alunos do mundo sofreu perseguições e violência escolar, indicou esta terça-feira a UNESCO, num estudo, advertindo que o assédio verbal é o mais típico e que é o mais exercido nas redes sociais.

No estudo, o Fundo da ONU para a Educação, Ciência e Cultura calcula que em cada ano há 246 milhões de crianças e adolescentes submetidos a uma forma de violência no ambiente escolar.

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No documento, apresentado segunda-feira me Seul, num colóquio internacional dedicado ao tema, a UNESCO refere que 34% das crianças com idades entre os 11 e os 13 anos dizem ter sido perseguidos nos últimos meses e que 8% referem que aquela perseguição é diária.

A diretora-geral da UNESCO, Irina Bakova, advertiu que se trata de uma "violação grave do direito à educação" e que as escolas devem ser lugares seguros para todos.

O relatório demonstra que a violência na escola, por vezes exercida pelos professores, é provocada por "relações de força desiguais muitas vezes reforçadas por estereótipos ligados ao género, à orientação sexual e outros fatores que contribuem para a marginalização, incluindo a pobreza, a identidade étnica e o idioma".

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Uma sondagem realizada pela UNESCO em 2016 junto de 100.000 jovens em 19 países concluiu que 25% das perseguições se devem à aparência física, 25% devido ao género ou orientação sexual e 25% devido à sua origem ou nacionalidade.

Um dos grupos mais afetados é o da comunidade LGTB (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero), onde a prevalência de violência é entre três a sete vezes superior que entre o resto dos alunos.

Em relação à perseguição nas redes sociais, a UNESCO considera que aumentou devido a um maior acesso à Internet e a outras tecnologias de informação.

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Segundo a UNESCO, a maior parte das vítimas não denuncia a situação e a violência e as perseguições são invisíveis, na maior parte dos casos, aos olhos dos professores e dos pais, que tendem a minimizá-los.

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