E se o Estreito de Ormuz encerrar? Quais são as consequências para a Europa

O Irão, durante uma reunião do Parlamento este domingo, considerou a possibilidade de fechar o Estreito de Ormuz. A decisão final compete ao líder supremo da república islâmica, o ayatollah Ali Khamenei. 

O comandante da Guarda Revolucionária, Sardas Esmail Kowsari, afirmou, durante uma entrevista aos meios de comunicação locais, que o encerramento do Estreito de Ormuz "está a ser considerado e o Irão tomará a melhor decisão com determinação", cita o Euro News.

“As nossas mãos estão bem abertas quando se trata de punir o inimigo e a resposta militar foi apenas uma parte da nossa resposta global”, afirmou. 

Estreito de Ormuz

O Estreito de Ormuz representa um dos pontos estratégicos mais importantes do mundo, pelo que, qualquer bloqueio por parte do Irão poderá representar sérios riscos para a Europa.

Cerca de 20% do petróleo mundial e uma parte significativa do gás natural passam por este Estreito, o que significa que o bloqueio desta passagem terá grande impacto nos países europeus que dependem do petróleo e do gás natural que importam dos países do Golfo. Caso esta passagem seja mesmo bloqueada poderá existir escassez de energia. 

Outra das consequências deste bloqueio poderá ser o aumento súbito do preço do petróleo, e, consequentemente, a subida da inflação e os custos de energia em toda a Europa. 

O bloqueio pode ainda desencadear confrontos militares que envolvam os EUA, as marinhas da União Europeia e os Estados do Golfo, estando em risco uma guerra regional mais vasta.

Para além do petróleo, o Estreito de Ormuz é uma rota essencial para o transporte marítimo mundial. Estas perturbações poderiam atrasar as importações europeias de matérias-primas, produtos eletrónicos e bens de consumo. Os custos destas operações também podem sofrer alterações.

O anúncio do bloqueio surge na sequência do ataque norte-americano deste sábado a três instalações nucleares iranianas.