“Era um alívio ouvir a respiração deles”, confessa mergulhador
Fernando Raigal, mergulhador espanhol de 33 anos, participou nas operações de resgate das 13 pessoas presas na gruta tailandesa.
Fernando Raigal recorda as operações de resgate das 12 crianças e do treinador, da gruta Tham Luang, na Tailândia. O mergulhador espanhol revive os momentos intensos vividos pelos operacionais, confessando que "a maior felicidade era vê-los [os jovens] sair".
Fernando Raigal confessa que "enquanto os transportávamos, alguns deles eram muito pequenos e vinham sedados, mas era um alívio ouvir a sua respiração [dos jovens tailandeses] ", de acordo com o El País.
As crianças e o treinador receberam calmantes "para evitar que entrassem em pânico" durante o resgate, acabando por sair para o exterior "inconscientes", revela o mergulhador.
O resgate começou no domingo, dia 8, quando foram retiradas quatro crianças. No dia seguinte, dia 9, foi a vez de outras quatro crianças saírem da gruta, dando por terminadas as operações quando na terça-feira, dia 10, foram retiradas as restantes quatro crianças e o treinador.
O mergulhador espanhol conta que foi na noite de domingo que recebeu o aviso por parte de um conhecido, do que estava a acontecer em Tham Luang, seguindo imediatamente para o local para ajudar nas operações a partir de segunda-feira. Fernando Raigal, que aprendeu a mergulhar no exército onde se especializou em trabalhos de alto mar, completou 33 anos no interior da gruta enquanto ajudava nas operações de resgate.
Raigal chegou ao local quando ainda decorriam as buscas, tinham sido alertados pelas mães que não viram os filhos chegar depois de um treino de futebol. " [Os mergulhadores] tinham de caminho cinco horas de ida e volta. O resto [das equipas] permanecia cá fora à espera de notícias. Quando regressaram e nos disseram que os tinham encontrado fiquei a tremer (…) A operação de busca tinha terminado e agora começava o resgate", recorda o mergulhador.
Uma fileira de militares e voluntários, entre os quais Fernando Raigal, levavam em braços os resgatados, imobilizados em macas, para fora de água até à entrada da gruta onde tinham à espera uma equipa de médicos e enfermeiros para os levarem até ao hospital de Chiang Rai. "Foi uma sensação de liberdade quando resgatamos o último jovem, o objetivo era retira-los da gruta a todo o custo, e conseguimos", afirma Raigal.
Os treze jovens recuperam com normalidade no hospital e nenhum revela graves problemas de saúde, segundo os médicos. "Ao fim ao cabo acudimos a uma chamada de auxílio e todos demos o nosso melhor e o que podíamos", explica o mergulhador espanhol.
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