EUA iniciam retirada de tropas do Afeganistão em momento de tensão
Saída coincide com escalada de violência e com ameaças de ataques dos radicais talibã, que acusam os norte-americanos de não cumprirem um acordo firmado em 2020.
Após quase 20 anos de presença continuada no Afeganistão, as tropas dos EUA começaram este sábado a retirar do país. A saída inicia-se numa altura de tensão acrescida, com atentados sucessivos em várias cidades e com a segurança reforçada devido ao receio de ataques diretos contra os militares ocidentais.
Esse risco acrescido deve-se ao facto de 1 de maio ser a data que Donald Trump definiu como prazo limite para a retirada de tropas, num acordo assinado com os talibã e outros grupos em 2020. Mas o seu sucessor, Joe Biden, alargou o processo até 11 de setembro, data em que os atentados que arrasaram as Torres Gémeas de Nova Iorque cumprem 20 anos.
Os radicais talibã sublinharam o clima de tensão ao anunciar que já não se sentem obrigados a não atacar tropas internacionais, uma vez que as condições do acordo não foram respeitadas pelos EUA. Responsáveis do governo afegão dizem que, desde a assinatura do acordo, em 2020, os talibã têm protegido as bases militares dos EUA e das forças da NATO de ataques de grupos islamitas rivais, que agora têm caminho livre e podem até agir em coordenação com os talibã .
Os confrontos entre os radicais e as tropas afegãs têm-se repetido, tendo na sexta-feira deixado um número elevado de vítimas na província de Ghazni. No mesmo dia, um carro armadilhado em Pul-e Alam, província de Logar, matou 30 pessoas, na sua maioria alunos do Ensino Secundário.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt