Fases da Lava Jato envolvendo Lula da Silva

Veja a cronologia da operação.

12 de julho de 2017 às 20:26
Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, lavagem de dinheiro, Ministério Público de São Paulo, crime económico, crime, lei e justiça, política, corrupção Foto: EPA
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04-03-2016_19_40_42 lula da silva.jpg Foto: Nelson Almeida / AFP
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O ex-Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, foi condenado hoje a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e branqueamento de capitais, num dos processos da operação Lava Jato.

A sentença foi dada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos julgamentos da operação Lava Jato na primeira instância.

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Lula da Silva foi condenado por ter recebido vantagens ilícitas da construtora OAS num processo que investigava a propriedade de um apartamento de luxo no Guarujá, cidade do litoral de São Paulo.

A condenação de nove anos e meio diz respeito à somatória das duas penas aplicadas ao ex-Presidente Lula da Silva.

A Operação Lava Jato, iniciada em março de 2014 pela Polícia Federal (PF) brasileira, investiga um esquema de corrupção, branqueamento de capitais e desvio de dinheiro envolvendo a petrolífera estatal brasileira Petrobras.

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Cronologia das fases da Operação Lava Jato envolvendo o ex-Presidente Lula da Silva:

17/03/2014

A operação é iniciada pela Polícia Federal. Dezassete pessoas são presas, incluindo Alberto Youssef, 'doleiro' (pessoa que cambia dinheiro de forma ilegal) suspeito de comandar o esquema.

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11/09/2015

A Polícia Federal pede autorização ao Supremo Tribunal Federal para tomar depoimento do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, suspeito de ter beneficiado do esquema de corrupção.

24/11/2015

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A PF prende o ganadeiro José Carlos Bumlai na 21.ª fase da Operação Lava Jato. O lobista e delator Fernando Baiano afirmou em depoimento que entregou dois milhões de reais a Bumlai referente a uma comissão a que o ganadeiro teria direito por supostamente pedir a intermediação de Lula numa negociação para um contrato. O dinheiro seria usado para pagar uma dívida imobiliária de uma nora de Lula da Silva.

22/02/2016

A operação tem como alvo o publicitário baiano João Santana, responsável das campanhas da Presidente Dilma Rousseff e da campanha da reeleição do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.

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03/03/2016

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) assinou o acordo de "delação premiada" em que diz que Lula da Silva e Dilma agiram para travar a Lava Jato.

04/03/2016

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As autoridades investigam a relação do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus familiares com construtoras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. Lula da Silva é alvo de um mandado e foi detido para prestar esclarecimentos, tendo sido libertado cerca de três horas depois.

10/03/2016

Promotores do Estado de São Paulo pediram a prisão preventiva de Lula da Silva relacionada com a denúncia que apresentaram sobre crimes cometidos na aquisição de um apartamento tríplex no Guarujá.

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17/03/2016

Lula da Silva tomou posse, em Brasília, como ministro da Casa Civil, entre protestos pró e contra o Governo um pouco por todo o país. Logo a seguir, uma decisão judicial suspende a nomeação. Lula da Silva não assume o cargo.

29/03/2016

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O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela investigação Lava Jato, admitiu que se equivocou ao autorizar a divulgação de escutas telefónicas entre a Presidente Dilma Rousseff e o seu antecessor, Lula da Silva.

Nos áudios divulgados, Dilma Rousseff diz a Lula da Silva que mandou alguém entregar o termo de posse do ex-Presidente como ministro da Casa Civil, para o caso de ser necessário.

As declarações foram interpretadas como uma possível combinação para garantir a imunidade de Lula da Silva, mas a Presidente esclareceu que falavam na assinatura do seu antecessor para a tomada de posse, quando ainda não era certa a presença de Lula no evento.

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23/06/2016

Paulo Bernardo, ex-ministro dos governos de Lula da Silva e de Dilma Rousseff, é preso na Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato.

A operação investiga o pagamento de subornos, provenientes de contratos de prestação de serviços de informática, no valor de 100 milhões de reais (26,6 milhões de euros) entre 2010 e 2015.

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28/07/2016

Lula da Silva enviou ao Comité de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) uma petição para tentar travar ações que considerou como "abuso de poder" do juiz Sérgio Moro.

29/07/2016

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A Justiça Federal de Brasília constituiu Lula da Silva e outras seis pessoas arguidas por alegadas tentativas de obstrução à justiça na Operação Lava Jato.

Em causa está uma alegada tentativa de impedir o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró de assinar um acordo de "delação premiada".

14/09/2016

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O Ministério Público Federal (MPF) denunciou Lula da Silva, a sua mulher, Marisa Letícia, Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e outras quatro pessoas ligadas à mesma empresa de construção civil pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Lula da Silva é acusado de ter sido beneficiado com obras no imóvel, feita pela construtora. Segundo o MPF, a remodelação foi oferecida pela empresa como compensação por ações do ex-Presidente no esquema de corrupção da Petrobras.

15/09/2016

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O juiz federal Sérgio Moro condenou José Carlos Bumlai, amigo íntimo de Lula da Silva, a nove anos e dez meses de cadeia, pelos crimes de corrupção e gestão fraudulenta.

20/09/2016

O juiz federal Sérgio Moro aceitou a acusação contra Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro, tornando-o arguido. Em causa estão alegadas irregularidades num imóvel no Guarujá.

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A decisão também converteu em réus a mulher de Lula da Silva, Marisa Letícia Lula da Silva, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, o ex-presidente da construtora OAS, Leo Pinheiro, e outros quatro executivos daquela empresa.

23/09/2016

Sérgio Moro pediu à Presidência da República que analise os bens de Lula da Silva que estavam guardados no Banco do Brasil.

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Em causa estão suspeitas de que "há alguns bens que, se recebidos como presentes durante o exercício do mandato de Presidente da República, talvez devessem ter sido incorporados ao acervo da Presidência".

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