Filhos de Lula sob fogo por enriquecimento súbito
O presidente brasileiro continua em maré de azar. ‘Enterrado até ao pescoço’ com o escândalo de financiamentos ilegais do seu Partido Trabalhista (PT), Lula da Silva está agora sob fogo devido a dois dos seus filhos, suspeitos de enriquecimento ilícito.
Os visados são Fábio e Sandro Luís Lula da Silva. O primeiro, mais velho, de 28 anos, conseguiu que a sua minúscula empresa crescesse sete vezes mais em apenas seis meses. Quanto a Sandro, de 26 anos, consta na folha de pagamentos de funcionários do PT de São Paulo como auxiliar de escritório desde 15 de Maio de 2002, recebendo o equivalente a 541 euros de ordenado base, mas nunca ninguém o viu no local de trabalho nestes três anos. Quando a notícia se tornou pública, o PT primeiro desmentiu, depois reconheceu o pagamento e informou que Sandro não ia ao PT porque fazia “trabalhos à distância”. E a seguir demitiu o rapaz, que na sua página na internet se assume orgulhosamente como um “vagabundo”, que “finge estudar” e trabalha “de vez em quando” para disfarçar.
Sandro e os irmãos Marcos Cláudio e Luís Cláudio (a quinta filha, Lurian, anterior ao casamento com Letícia, não tem relacionamento estreito com Lula há muitos anos) provocaram há tempos um escândalo ao divulgar na internet intimidades de Lula e sua mulher, Marisa Letícia no Palácio da Alvorada.
Mais ambicioso ou mais sortudo, o irmão Fábio conseguiu de Dezembro para cá um fantástico milagre da multiplicação. Com os amigos Fernando e Kaliu Bittar, filhos de um amigo de longa data de Lula, Fábio montou em 2003, primeiro ano de governo do seu pai, uma pequena empresa, a G-4, que no final do ano passado tinha como capital declarado 3550 euros. Em Janeiro deste ano, a G-4 transformou-se na Gamecorp, produtora de vídeos, e viu o seu capital aumentar para um milhão e oitocentos mil euros, com previsão de facturar dois milhões e meio este ano, graças a uma generosa injecção de capital realizada por uma das maiores empresas telefónicas do Brasil, a Telemar.
Para Lula, o filho e a Telemar, o negócio é legal e correcto, mas a oposição e a Comissão de Ética do Congresso Nacional acham-no suspeito e pedem que seja esclarecido o enriquecimento súbito de Fábio.
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