Franceses encontram alternativa ao certificado sanitário europeu para partir de férias

Muitos franceses recorreram ao comprovativo de vacinação em papel ou ao teste PCR.

01 de julho de 2021 às 12:38
Certificado digital Foto: Getty Images
Partilhar

O certificado sanitário digital europeu não era a forma mais utilizada esta quinta-feira no aeroporto de Orly, junto a Paris, para quem saía de França, com muitos franceses a recorrem ao comprovativo de vacinação em papel ou ao teste PCR.

A azáfama reinava esta manhã no segundo maior aeroporto da capital francesa. Entre quem tenta chegar aos destinos de férias depois de quase dois anos de pandemia e uma greve dos trabalhadores dos aeroportos de Paris, poucos tinham um minuto para falar aos jornalistas.

Pub

"Não tenho tempo, temos agora o voo", disse Carlos, que passados dois anos vai voltar ao Porto com o neto Raphael, à agência Lusa.

Carlos é emigrante em França há vários anos e está "contente" por poder voltar a Portugal, apesar da manhã agitada. Quanto à forma de viajar, estando vacinado, conseguiu fazer o passe sanitário europeu e disse que "é um processo simples".

Até agora, em França, uma aplicação, a #TousAntiCovid, guardava os certificados de teste e vacinação através de código QR, mas com a entrada em vigor do passe sanitário europeu, quem quer ter o seu certificado no telemóvel, tem de transferir através da sua conta de utente de saúde o código para o novo passe sanitário europeu.

Pub

O número de pessoas que acedeu na véspera ao site para os utentes de saúde franceses acabou por entupir o site e ter também um impacto na campanha de vacinação, já que estes sistemas estão ligados.

No entanto, Safyia vai partir para Marrocos, com escala em Lisboa, só com o seu certificado de vacinação em papel.

"Há uma vacina e é uma doença que se apanha, infelizmente, muito facilmente. É o meio mais eficaz para nos protegermos e para protegermos os outros. É importante limitarmos as transmissões e as formas graves da doença", disse esta professora universitária, que parte após dois anos sem férias no estrangeiro, mostrando o papel que vai apresentar para passar nos aeroportos de Lisboa, onde fará escala para chegar a Casablanca.

Pub

Já Candice, de 22 anos, não conseguiu vacinar-se completamente antes de partir para Barcelona, mas fez um teste PCR para poder viajar. A jovem francesa preencheu um inquérito online, mas não tem o passe sanitário europeu.

Para quem viaja dentro da França, como Fréderic, nem foi preciso apresentar nada.

"Cheguei esta manhã de Perpignan e ninguém me pediu nem passe nem teste nenhum. É uma viagem que faço com alguma frequência devido ao trabalho e nunca me pedem nada", disse o empresário, de 42 anos, ao chegar à capital.

Pub

Sem planos de viajar para o estrangeiro, Fréderic não prevê utilizar de todo o passe sanitário europeu.

Obter este documento também não foi uma prioridade para Stéphanie que hoje de manhã parte para a Guadalupe, um território ultramarino francês. 

Como não está ainda completamente vacinada, esta francesa parte com um teste PCR negativo e obrigatoriedade de fazer uma quarentena de sete dias quando lá chegar, o que alargou o período da viagem de trabalho para 15 dias.

Pub

"Penso que a situação sanitária está estável como aqui, o pior é a Guiana", explicou.

Mesmo com a variante Delta a ameaçar o país, os números em França continuam baixos, uma realidade que Stéphanie pensa que se vai manter no verão, mas pode mudar a partir de setembro.

"Agora é verão, está tudo bem. Mas em setembro, não sabemos, ainda por cima com esta nova variante. Tudo é incerto", concluiu.

Pub

Desde o início da pandemia já morreram em França 111.082 pessoas e foram detetados 5.775.301 casos positivos. Atualmente, o país regista cerca de 2.000 novos casos positivos diariamente e o número de pessoas nos hospitais devido ao vírus continua a descer de forma consistente. 

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.940.888 mortos no mundo, resultantes de mais de 181,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. 

A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China. 

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar