General Horta Inta-A empossado Presidente de transição
Militares tomaram o poder do país na quarta-feira.
O general Horta Inta-A foi esta quinta-feira empossado Presidente de transição da Guiné-Bissau, numa cerimónia que decorreu no Estado-Maior General das Forças Armadas guineense, um dia depois de os militares terem tomado o poder.
A informação está a ser veiculada nas redes sociais de meios de comunicação guineenses, nomeadamente a Televisão da Guiné-Bissau (TGB).
O general Horta Inta-A, que vai assumir o cargo por um ano, foi nomeado chefe do Estado-Maior Particular do Presidente Umaro Sissoco Embaló, em 2023, mas, dias depois, foi exonerado e nomeado chefe do Estado-Maior do exército.
O Presidente interino é de etnia Balanta, como a maioria dos elementos das Forças Armadas guineenses e um dos homens de confiança do chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, Biague Na Ntan.
Sempre ligado ao ramo do exército guineense, Horta Inta-A começou por ser promovido ao posto de coronel e nomeado comandante da Guarda Nacional, em 2020, mais tarde foi promovido a brigadeiro, antes de ser nomeado chefe do Estado-Maior Particular do Presidente, em 2023, e depois chefe do Estado-Maior do exército.
Segundo referiu por Umaro Sissoco Embaló, Horta Inta-A teve um papel determinante no seu resgate dos tiroteios no palácio do Governo, em Bissau, aquando da tentativa de golpe de Estado de 01 de fevereiro de 2022.
Animista, Horta Inta-A converteu-se ao islamismo numa cerimónia realizada na Arábia Saudita.
Um grupo de militares anunciou na quarta-feira ter tomado o poder na Guiné-Bissau, antecipando-se à divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de novembro.
Numa declaração lida na televisão estatal por um porta-voz do autodenominado Alto Comando Militar para a Restauração da Ordem, os militares afirmaram ter destituído o Presidente Umaro Sissoco Embaló, suspendido o processo eleitoral, fechado as fronteiras e imposto recolher obrigatório.
As eleições, que decorreram sem registo de incidentes, realizaram-se sem a presença do principal partido da oposição, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e do seu candidato, Domingos Simões Pereira, excluídos da disputa e que declararam apoio ao candidato opositor Fernando Dias da Costa.
O opositor, que reclama a vitória nas eleições presidenciais, denunciou a tomada de poder pelos militares como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais e a detenção de Simões Pereira.
O episódio soma-se a uma sequência de golpes e tentativas de golpe que têm marcado a política da Guiné-Bissau desde a independência, em 1973.
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