Grécia pensa nos desafios do "dia seguinte"

Imprensa helénica destaca vitória do 'OXI'.

06 de julho de 2015 às 09:50
oxi, não, manifestante, cartaz, grega, grécia Foto: Javier Barbancho/Reuters
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Os principais títulos da imprensa helénica centram-se esta segunda-feira quase em exclusivo na vitória convicta do 'Não', por 61,3%, no referendo de domingo sobre o acordo proposto pelos credores da Grécia.

"Acordo ou Grexit após o ruidoso Não", sugere a manchete do diário conservador Kathimerini, que indica uma "pesada atmosfera na Europa", a uma eventual suspensão de membro da zona euro, para além da demissão do líder da oposição de direita, Antonis Samaras.

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O Ta Nea, de centro-direita, diz que está a caminho uma remodelação no Governo do Syriza, e considera em editorial que "o forte 'Não' não reforça a posição negocial do primeiro-ministro".

Reformas ou Grexit, assinala a manchete: "Com 61,3% de voto 'Não', o Governo enfrenta o verdadeiro dilema entre o compromisso com um programa de reformas ou a porta que conduz à saída do euro", sugere o jornal, que também inclui um artigo do antigo vice-primeiro-ministro e ex-líder do Pasok, Evangelos Venizelos, intitulado "E agora?".

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Os resultados do referendo, 'Não', com 61,3%, e 'Sim', com 38,7%, com uma foto do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, a olhar surpreendido para os resultados foi a capa escolhida pelo jornal de esquerda Efimerida ton Syntakton.

"Somos Gregos! Todos deviam por bandeiras nas suas varandas", sugere o diário populista de direita Dimokratia, que também considera que "o orgulho na pátria está em primeiro lugar". "Europa, escutas-te?", indica ainda o periódico, próximo das posições dos Gregos Independentes (Anel), que integra a coligação liderada pelo Syriza.

O Ethnos, de centro-esquerda, destaca "O plano de Tsipras após o terramoto dos 61,3%".

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"A avalanche do 'Não' abalou o novo cenário político no país e deu ao primeiro-ministro as iniciativas-chave. O resultado final do referendo implicou a demissão de Antonis Samaras da liderança da ND. O primeiro-ministro clarifica o seu plano para um acordo com os credores nas próximas 48 horas. Para criar uma forte frente nacional, Alexis Tsipras pediu ao Presidente da República para convocar para hoje o conselho de líderes políticos um dia antes da cimeira da UE sobre a Grécia. Em simultâneo iniciou contactos com líderes estrangeiros reconhecendo que não há soluções fáceis para o povo grego", informa o jornal.

Já o Eleftheros Typos, conservador e pró-ND, considera a "Pátria em perigo" e destaca a "responsabilidade histórica de Tsipras, com o povo a confiar no primeiro-ministro com 61,3% no referendo".

Quanto ao Rizospastis, diário oficial do Partido Comunista Grego (KKE, que apelou à abstenção no referendo) indica em manchete "Nenhuma complacência, nenhum consentimento ao acordo antipopular do 'dia seguinte' e remete para uma declaração do secretário-geral do partido, Dimitris Koutsoumbas.

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O Avgi, diário oficial do Syriza, assinala que a vontade popular "respondeu à chantagem e ao medo". 61% NÃO à austeridade. Destaca ainda a intervenção pela televisão do primeiro-ministro Alexis Tsipras, "Todos juntos. A Europa não pode ser um caminho único para memorandos" e destaca ainda a demissão de Samaras. "A música começou a tocar na ND".

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