Grupo antimilitarista reivindica incêndio que deixou milhares sem eletricidade em Berlim
"Estamos agora a verificar a autenticidade desta carta", indicou a polícia.
Um grupo que se autodenomina anarquista reivindicou, esta terça-feira, a autoria do incêndio de duas torres em Berlim, que deixou milhares de habitações sem eletricidade, uma alegação cuja autenticidade a polícia está a verificar.
Numa carta divulgada na plataforma digital de extrema-esquerda Indymedia, um grupo que se autodenomina antimilitarista e anarquista afirma ter atacado o complexo tecnológico de Adlershof, onde se situam empresas e instituições científicas.
Em agosto, um incêndio criminoso contra a ferrovia alemã tinha já sido reivindicado neste 'site' da Internet.
"Estamos agora a verificar a autenticidade desta carta", indicou a polícia.
O incêndio ocorreu durante a noite de segunda-feira e a madrugada desta terça-feira no bairro de Johannisthal, no sudeste da capital, indicou anteriormente uma porta-voz da polícia de Berlim.
Os bombeiros levaram uma hora a apagar o fogo, identificado por volta das 03h00 da manhã (02h00 de Lisboa) em duas torres elétricas.
O incêndio causou cortes de energia em 43.000 habitações e 3.000 empresas.
Segundo um porta-voz da empresa gestora da rede elétrica de Berlim, "o fornecimento de eletricidade na zona só estará totalmente garantido nos próximos dias".
Entre os 50.000 clientes afetados, a eletricidade foi restabelecida para 17.000 deles, de acordo com um balanço feito às 16:30 locais (15:30 de Lisboa).
A polícia disse, de manhã suspeitar de um "incêndio criminoso" e "não excluir uma motivação política por trás do incêndio", acrescentou a porta-voz, mas sem referir pistas mais precisas sobre o móbil do crime ou a ideologia dos autores.
Tal poderá explicar "o tipo de instalação visada" e os danos causados, segundo a representante da polícia.
A dimensão desta falha de energia é "totalmente excecional", descreveu o porta-voz da empresa gestora da rede elétrica.
A polícia criminal assumiu a investigação e está a procurar pistas na zona.
Doze escolas afetadas pela falha permanecerão fechadas até quinta-feira de manhã, informou o distrito de Treptow-Köpenick num comunicado.
Várias casas de repouso, creches e transportes públicos elétricos também foram afetados.
Alguns pacientes de uma casa de repouso foram transferidos pelos bombeiros para hospitais nas proximidades.
A polícia também está a garantir o trânsito em alguns locais, pois vários semáforos estão fora de serviço.
Embora, neste caso, os investigadores não tenham até agora mencionado qualquer pista russa, a Alemanha é regularmente alvo de ações de sabotagem às suas infraestruturas e, muitas vezes, as autoridades acusam a Rússia de as ter orquestrado.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt