Hungria vai ajudar Sérvia a enfrentar sanções petrolíferas dos EUA
Sérvia tem tentado evitar uma crise energética de inverno desde 9 de outubro, após a entrada em vigor, há muito adiada, das sanções norte-americanas devido à invasão russa da Ucrânia em 2022.
A Hungria vai aumentar as exportações petrolíferas para a Sérvia, em antecipação ao encerramento da única refinaria sérvia devido a sanções norte-americanas por ter uma participação maioritária russa, anunciou esta quata-feira o chefe da diplomacia húngara.
"A Sérvia pode sempre contar com a Hungria para garantir o fornecimento energético. Nunca vos deixaremos cair", assegurou Peter Szijjarto em Belgrado, após um encontro com o homólogo sérvio, Marko Djuric.
Szijjarto disse que a gigante energética húngara MOL mais do que duplicou as exportações de petróleo desde novembro, e que novos aumentos são possíveis para ajudar a Sérvia, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
A Sérvia tem tentado evitar uma crise energética de inverno desde 09 de outubro, após a entrada em vigor, há muito adiada, das sanções norte-americanas devido à invasão russa da Ucrânia em 2022.
A companhia petrolífera nacional sérvia NIS, que opera a única refinaria de petróleo do país, anunciou na terça-feira que a unidade de Pancevo será forçada a uma paragem total antes do final da semana caso não receba novos fornecimentos.
O Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, disse anteriormente que a NIS tinha constituído reservas de combustível suficientes para durar até ao final do ano, com reservas adicionais detidas pelo Estado.
Vucic deu 50 dias aos acionistas russos e a um eventual comprador, entre os quais candidatos húngaros e dos Emirados Árabes Unidos, para chegarem a um acordo que satisfaça a exigência norte-americana de retirada da Rússia do capital da empresa.
As autoridades sérvias também mencionaram um projeto de lei orçamental que permitiria ao país assumir o controlo da NIS, se necessário.
Na semana passada, a NIS solicitou uma isenção temporária das sanções dos Estados Unidos enquanto as negociações prosseguissem, mas Washington ainda não respondeu, segundo a AFP.
Vucic advertiu que a prorrogação das sanções poderá levar a medidas secundárias, possivelmente dirigidas contra o banco central, caso este continue a efetuar transações com a NIS.
Desde a instauração das sanções, os cartões internacionais Mastercard e Visa estão bloqueados nas estações de serviço da NIS, enquanto os pagamentos em dinheiro e com cartão Dina (garantido pelo banco central) permanecem possíveis.
Na sequência das declarações de Vucic, o Banco Nacional da Sérvia anunciou que cessaria toda a colaboração com a NIS se não fosse alcançado um acordo no prazo de 50 dias.
A Sérvia cedeu uma participação maioritária na NIS aos grupos russos Gazprom e Gazprom Neft por 400 milhões de euros em 2008.
Dada a longa duração das negociações, as autoridades sérvias estão a evocar cada vez mais abertamente uma possível nacionalização, embora inicialmente tivessem afastado esta opção devido aos laços estreitos do país com Moscovo.
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