Imprensa internacional elogia ultimato a Israel sobre acesso à Faixa de Gaza

Associação de Imprensa Estrangeira solicitou aos tribunais israelitas, há mais de um ano, acesso imediato à Faixa Gaza.

21 de dezembro de 2025 às 19:00
Ataques na Faixa de Gaza Foto: Abdel Kareem Hana/AP
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A Associação de Imprensa Estrangeira em Jerusalém saudou este domingo o prazo de 04 de janeiro, estabelecido pelo Supremo Tribunal de Israel, para o Governo israelita tomar uma decisão sobre o acesso da imprensa internacional à Faixa de Gaza.

"Após dois anos de táticas dilatórias por parte do Estado [de Israel], ficamos satisfeitos por ver que a paciência do Tribunal finalmente se esgotou", afirmou a associação em comunicado.

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Desde o início da guerra no enclave palestiniano, em outubro de 2023, as autoridades israelitas têm impedido os jornalistas estrangeiros de entrarem de forma independente no território sob bloqueio, permitindo apenas o acesso de alguns profissionais enquadrados pelo seu exército.

A Associação de Imprensa Estrangeira, que representa centenas de membros de meios de comunicação social internacionais em Israel e nos territórios palestinianos, solicitou aos tribunais israelitas, há mais de um ano, acesso imediato à Faixa Gaza.

Em 23 de outubro, o Supremo Tribunal concedeu às autoridades israelitas um mês para elaborar um plano que permitisse a entrada dos jornalistas, mas desde então houve várias prorrogações até finalmente estabelecer o dia 04 de janeiro como data limite para uma resposta.

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"Se os réus [as autoridades israelitas] não nos informarem sobre a sua posição até esta data, será tomada uma decisão sobre o pedido de injunção com base nas provas constantes dos autos do processo", declarou o Supremo, numa decisão saudada pela imprensa estrangeira de Jerusalém.

"Reiteramos o nosso apelo ao Estado de Israel para que conceda imediatamente aos jornalistas o acesso livre e irrestrito à Faixa de Gaza. E se o Governo continuar a obstruir a liberdade de imprensa, esperamos que o Supremo Tribunal reconheça e defenda estas liberdades", acrescentou.

O conflito foi interrompido por um cessar-fogo desde 10 de outubro, entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas.

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Na primeira fase, o acordo implicou trocas de prisioneiros e reféns, a retirada parcial das forças israelitas e o acesso de ajuda humanitária ao enclave.

As partes têm dirigido acusações mútuas de sucessivas violações, antes das próximas etapas do plano proposto pelos Estados Unidos com apoio da comunidade internacional, ainda por acordar.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.

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Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 70 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo grupo islamita, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

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