Índios brasileiros protestam contra medidas de austeridade
Centenas de pessoas com arcos e flechas cercaram o palácio presidencial.
Centenas de índios de várias regiões do Brasil cercaram desde o final da manhã desta terça-feira o Palácio do Planalto, em Brasília, sede da presidência brasileira, em protesto contra o governo do presidente Michel Temer.
Os indígenas, armados com arcos e flechas e pintados para a guerra, faziam gestos ameaçadores mas, até às 17 horas locais, 19 horas em Lisboa, não tinha havido confrontos com as forças de segurança.
Homens da Guarda Presidencial e soldados do Exército reforçaram a segurança habitual do palácio e fizeram um cordão humano em redor do edifício para impedir o avanço dos índios. Todas as portas normalmente usadas por funcionários e visitantes foram fechadas pela segurança palaciana.
Os índios, aproximadamente 500, segundo comunicado enviado ao Correio da Manhã pelo Conselho Indigenista Missionário, CIMI, reforçados com representantes de organizações de pescadores artesanais da Amazónia e de quebradeiras de coco, não chegaram a invadir o palácio, mas cercaram-no e ocuparam até o início da rampa por onde normalmente sobem as autoridades. Nesse local, e para apreensão de seguranças, polícias e militares, executaram uma dança tribal de guerra, mas não avançaram.
De acordo com o comunicado enviado ao CM pelo CIMI, os índios protestam contra várias medidas do governo Temer que lhes dizem directamente respeito ou podem prejudicá-los.
Entre essas medidas estão mudanças nas regras para demarcação de terras indígenas, a autorização para venda de terras a estrangeiros e até a proposta de emenda constitucional avançada por Temer para cortar gastos pelos próximos 20 anos, limitando o aumento dos investimentos de cada ano à inflacção do ano anterior.
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