Investigador libanês escapa a atentado

Um coronel dos serviços secretos libaneses que chefiou a investigação ao assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri escapou ontem por pouco a um atentado à bomba contra a sua comitiva no Sul do Líbano. O ataque veio aumentar ainda mais a tensão na zona numa altura em que a força multinacional da ONU se prepara para iniciar a sua missão.

06 de setembro de 2006 às 00:00
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Segundo as autoridades libanesas, uma bomba de grande potência explodiu à passagem da comitiva de duas viaturas do Samir Shehadeh, um alto responsável dos serviços de informações libaneses, pela aldeia de Rmeileh, nos arredores de Sídon. O coronel só sobreviveu porque antes de iniciar a viagem tinha trocado de lugar com um segurança, o qual seguia na viatura da frente, no local habitualmente ocupado por Shehadeh, enquanto este seguia na segunda viatura. Para além do ‘isco’, morreram no atentado três outros guarda-costas, enquanto o coronel e outros três seguranças ficaram feridos.

O ataque não foi reivindicado, mas suspeita-se que poderá ter sido uma acção do Hezbollah, a pedido dos seus aliados sírios. O coronel Shehadeh é o oficial encarregue da investigação ao assassinato do antigo primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, na qual terão estado envolvidos os serviços secretos sírios.

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INQUÉRITO DA ONU

A essa mesma conclusão chegou o inquérito independente realizado pelas Nações Unidas, cujo investigador, Serge Brammertz, deverá apresentar na próxima semana as conclusões oficiais da sua investigação. Este inquérito deverá dar origem à criação de um tribunal internacional especial para julgar os acusados.

O assassinato de Hariri, em Fevereiro de 2005, esteve na origem de uma gigantesca onda de protestos no Líbano, a qual levou à retirada das tropas sírias do país após uma presença de mais de duas décadas.

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HEZBOLLAH NÃO ENTREGA ARMAS

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, assegurou ontem que o seu movimento não tenciona entregar as armas, e ameaçou voltar a usá-las em caso de novo ataque israelita. “Guardaremos os nosso mísseis, como fizemos entre 1996 e 2006, sem os utilizarmos. Só os utilizaremos em caso de uma nova guerra de envergadura lançada contra o Líbano”, afirmou Nasrallah ao diário libanês As-Safir.

O líder do Hezbollah garantiu ainda que a resistência “tem o direito de defender o povo” contra uma nova agressão israelita. O desarmamento do Hezbollah, recorde-se, está previsto em várias resoluções da ONU incluindo a 1701, que estabelece o recente cessar-fogo.

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FIM DO BLOQUEIO

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou ontem estar à espera de “boas notícias” nas próximas 48 horas sobre o levantamento do bloqueio naval e aéreo de Israel ao Líbano. Telavive, recorde-se, garantiu que só levantaria o bloqueio quando o Exército libanês fizesse cumprir o embargo de armas contra o Hezbollah.

CONSOLIDAÇÃO

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O Exército libanês ocupou ontem posições na devastada localidade de Bint Jbeil, junto à fronteira israelo-libanesa, palco de alguns dos mais ferozes combates entre tropas israelitas e as milícias do Hezbollah.

FRANÇA VIGIA COSTA

O governo francês aceitou ontem, em princípio, um pedido da ONU para o envio de uma força naval para ajudar a monitorizar a costa libanesa, contribuindo assim para o levantamento do bloqueio israelita.

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JACKSON NEGOCEIA

O activista norte-americano dos direitos cívicos Jesse Jackson encontrou-se ontem com representantes do Hezbollah em Beirute, aos quais pediu informações sobre os dois militares israelitas sequestrados em Julho.

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