Irão considera disparos de navio norte-americano uma "provocação"
Barco iraniano patrulhava águas internacionais quando um navio dos Estados Unidos se aproximou.
Os Guardas da Revolução do Irão classificaram os disparos de aviso realizados na terça-feira por um navio do exército norte-americano contra um dos seus barcos como "conduta não profissional e provocatória".
Segundo um comunicado divulgado nas últimas horas por este corpo militar criado após a Revolução Islâmica de 1979, a marinha iraniana "neutralizou o movimento provocatório" do navio norte-americano no norte do Golfo Pérsico.
O barco iraniano patrulhava as águas internacionais quando o navio dos Estados Unidos se aproximou e "com a intenção de provocar e gerar medo, realizou dois disparos para o ar", diz a nota.
Os Guardas da Revolução indicaram que a sua lancha "continuou a sua missão sem dar importância a esta conduta não profissional e provocatória", e que o navio norte-americano abandonou a zona pouco depois.
A versão dos Estados Unidos, na terça-feira, foi que a embarcação iraniana se aproximou, a cerca de 140 metros, do navio de patrulha USS Thunderbolt, que lançou os disparos de aviso, disse à agência Efe um porta-voz do Departamento de Defesa.
Os disparos realizaram-se porque o navio iraniano não respondeu a vários outros avisos, como mensagens de rádio e uso de 'flares', e havia risco de colisão, explicou.
Os encontros entre as marinhas dos dois países são relativamente frequentes no Golfo Pérsico. Só no ano passado a marinha norte-americana registou 35 casos em que houve encontros descritos como "não seguros e ou não profissionais", o que compara com os 23 casos registados em 2015.
O pior dos incidentes do ano passado envolveu a captura de dez marinheiros norte-americanos pelas forças iranianas, com as imagens dos norte-americanos de joelhos e com as mãos na cabeça a serem aproveitadas pelos radicais para fins propagandísticos.
O Irão encara a simples presença dos EUA no Golfo Pérsico como uma provocação, e acusam os norte-americanos de comportamento não profissional, especialmente no Estreito de Hormuz, por onde passa cerca de um terço de todo o petróleo transportado por mar.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt