Israel ataca única igreja católica de Gaza e fere padre amigo do Papa Francisco
Três pessoas morreram no ataque contra a Igreja da Sagrada Família, onde estão refugiadas cerca de 500 pessoas
As forças israelitas bombardearam esta quarta-feira a única igreja católica em Gaza, matando três pessoas e ferindo o pároco local, a quem o falecido Papa Francisco telefonava todos os dias desde o início da guerra.
"Fui atingido numa perna. Estamos cansados e assustados, mas vou continuar. Não vou abandonar a minha comunidade", disse o padre Gabriel Romanelli, por telefone, ao ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani. Segundo o sacerdote, a igreja ficou "gravemente danificada" pelo ataque, que terá sido levado a cabo por um tanque israelita.
As vítimas mortais do ataque são o zelador da igreja, de 60 anos, uma mulher e um idoso. Outras quatro pessoas ficaram feridas, duas delas em estado grave. A Igreja da Sagrada Família acolhe cerca de 500 refugiados, na sua maioria membros da comunidade católica, mas também muitos civis palestinianos, incluindo cerca de meia centenas de crianças deficientes.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram "ter conhecimento" do ataque e garantiram estar as investigar as circunstâncias em que ocorreu. "As IDF fazem todos os possíveis para evitar atingir civis e infraestruturas civis, incluindo edifícios religiosos, e lamentam os danos causados", diz um comunicado.
O Papa Francisco, que faleceu em abril, telefonava todas as noites para o pároco Romanelli, que também é argentino, para dar apoio e conforto. "Dizia que não estávamos sozinhos e que rezava por nós", revelou o pároco, de 56 anos, numa entrevista recente.
O Papa Leão XIV, sucessor de Francisco, manifestou-se "profundamente consternado" com o ataque à igreja e renovou o apelo a um cessar-fogo imediato.
Forças sírias retiram-se de Suweida
As forças governamentais sírias retiraram-se ontem da cidade drusa de Suweida, no sul do país, após quatro dias de combates que fizeram mais de 350 mortos. A retirada foi ordenada depois de Israel ter lançado dezenas de ataques contra as forças sírias, acusadas de atrocidades contra a minoria drusa. O presidente sírio, Ahmed al-Sharaa, disse que decidiu retirar as forças para evitar uma escalada que poderia arrastar o o país para um nova guerra.
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