Jornalistas bielorrusso e georgiana recebem hoje Prémio Sakharov no Parlamento Europeu
Os dois jornalistas estão presos nos respetivos países e serão representados durante a cerimónia que decorrerá em Estrasburgo, França.
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metzola, atribui esta terça-feira o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2025 aos jornalistas Andrzej Poczobut, da Bielorrússia, e Mzia Amaglobel, da Geórgia.
Os dois jornalistas estão presos nos respetivos países e serão representados durante a cerimónia, que decorrerá às 11h00 de Lisboa no Parlamento Europeu em Estrasburgo, França.
Mzia Amaglobeli, jornalista da Geórgia e diretora dos meios de comunicação social 'online' Batumelebi e Netgazeti, foi detida em janeiro de 2025 por ter participado em manifestações contra o Governo.
Em agosto, foi condenada a dois anos de prisão, tornando-se a primeira mulher presa política da Geórgia desde a independência e separação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1991.
Andrzej Poczobut é jornalista, ensaísta, bloguista e ativista da minoria polaca na Bielorrússia, conhecido pelas suas críticas ao regime do Presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, no poder desde 1994.
Detido em 2021, o jornalista foi condenado a oito anos de prisão numa colónia penal e desde então, a sua saúde deteriorou-se mas é-lhe negado o tratamento médico de que necessita, bem como visitas da sua família.
No sábado, 123 pessoas foram perdoadas por Lukashenko, incluindo prisioneiros políticos, mas Poczobut continuou preso.
A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, pediu a libertação de "todos os que permanecem injustamente detidos", enquanto Roberta Metsola prometeu que os eurodeputados continuarão a "pressionar para que todos os prisioneiros políticos na Bielorrússia sejam libertados, incluindo o jornalista Andrzej Poczobut".
O Prémio Sakharov, batizado em homenagem ao físico e dissidente político soviético Andrei Sakharov, é o maior prémio de direitos humanos da União Europeia, com o valor pecuniário de 50 mil euros.
Atribuído pelo Parlamento Europeu a indivíduos ou organizações todos os anos desde 1988, visa reconhecer o trabalho em prol da defesa de direitos fundamentais, em particular a liberdade de expressão, os direitos das minorias, o respeito pelo Direito internacional, o desenvolvimento da democracia e o Estado de Direito.
Vários laureados com o Sakharov, incluindo Nelson Mandela, Malala Yousafzai, Denis Mukwege e Nadia Murad, viriam a vencer o prémio Nobel da Paz.
No ano passado o galardão europeu foi atribuído aos líderes da oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia, e à vencedora do prémio Nobel da Paz 2025, María Corina Machado, pela sua sua "corajosa luta pela liberdade e democracia".
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