Juíz proíbe visitas extra a Lula da Silva na prisão

Sergio Moro não quis conceder privilégio especial ao ex-presidente do Brasil.

Lula da Silva Foto: Fernando Bizerra / EPA
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Lula da Silva
Lula da Silva Foto: Reuters

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O juiz Sérgio Moro, de Curitiba, que condenou Lula da Silva por corrupção, proibiu esta terça-feira a flexibilização do horário de visitas ao ex-presidente na prisão, onde começou a cumprir a pena no passado sábado. Lula, condenado a 12 anos e um mês de cadeia, está preso numa sala da sede da Polícia Federal de Curitiba, capital do estado do Paraná, no sul do Brasil.

Moro reiterou no seu despacho que Lula só pode ser visitado às quartas-feiras, dia normal de visita aos presos, e por um restrito grupo de familiares e amigos próximos préviamente credenciados. Fora do dia e horário estabelecidos, só os advogados poderão falar com Lula.

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O magistrado, que comanda a operação anti-corrupção Lava Jato, lembrou no documento que já concedeu dois privilégios a Lula, permitindo que ele ficasse preso numa sala de um andar admnistrativo da sede da PF e não na ala das celas, onde estão outros presos daquela operação, e, ainda, tendo autorizado a instalação de uma televisão para o antigo governante se distrair. Fora isso, acrescenta o juiz, não se justifica qualquer outro privilégio a Lula em relação aos outros presos, que ficam em celas comuns com grades dois andares abaixo.

A manifestação de Moro é uma resposta a declarações e diligências da presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, que anunciou estar a negociar com o governo e com a Polícia Federal a possibilidade de Lula receber visitas além das de quarta-feira, por se tratar de um ex-chefe de Estado e um líder político popular no Brasil e no mundo. Segundo Gleisi, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que tutela a Polícia Federal, já se tinha mostrado favorável a essa flexibilização das visitas, mas Moro, conhecido pela sua dureza, antecipou-se.

Ainda de acordo com Gleisi, lideranças políticas de todo o Brasil querem visitar Lula na cadeia, como os governadores de 10 estados que esta terça-feira rumaram para Curitiba especialmente nesse intento. Até personalidades internacionais, como o ex-presidente do Uruguai José Mujica, já manifestaram o desejo de irem a Curitiba ver Lula e expressar-lhe solidariedade, o que depois da decisão de Moro fica mais difícil.

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