Juízes que vão julgar Lula da Silva estão a ser ameaçados

Magistrados solicitaram a intervenção da Polícia Federal no caso.

15 de janeiro de 2018 às 13:06
Lula da silva, brasil, arguido, réu Foto: Paulo Whitaker/Lula
Lula, Silva, Tribunal Foto: CMTV
Lula da Silva Foto: Sebastião Moreira/EPA

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Os três juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, TRF-4, em Porto Alegre, que no próximo dia 24 vão julgar a apelação do ex-presidente Lula da Silva contra a condenação a nove anos e meio de prisão a que foi sentenciado em Julho passado, estão a receber ameaças. A confirmação das ameaças foi feita pelo próprio TRF-4, que solicitou a intervenção da Polícia Federal no caso.

Os três magistrados, os desembargadores João Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus, estão a ser ameaçados através de cartas, telefonemas e pela internet. Além deles, têm recebido ameaças membros da alta direcção daquele tribunal, a cujos juízes cabe analisar e confirmar ou alterar as sentenças proferidas pelo juiz Sérgio Moro, de Curitiba, responsável na primeira instância pela operação anti-corrupção Lava Jato.

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Esta segunda-feira, o presidente do TRF-4, desembargador Thompson Flores, reúne-se em Brasília com a presidente do Supremo Tribunal Federal, STF, Carmen Lúcia, para debaterem a segurança do tribunal e dos seus membros no dia do julgamento, além das ameaças que os juízes estão a receber. Medidas excepcionais estão a ser preparadas, não apenas para o dia 24 mas também para os anteriores e seguintes em Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, pois prevêem-se grandes manifestações pró e contra Lula no dia do julgamento e uma vaga de violência caso o TRF-4 rejeite o recurso do ex-presidente e mantenha a condenação.

Lula, que é argüido em vários outros processos, foi condenado dia 12 de Julho por Sérgio Moro a nove anos e meio de prisão por ter, de acordo com a sentença, recebido um apartamento triplex numa praia de São Paulo como parte de "luvas" pagas pela empreiteira OAS, à qual, enquanto ainda era presidente, terá prestado favores ilícitos. Se o TRF-4, que tem um histórico de aumentar ainda mais as penas inicialmente aplicadas por Moro, confirmar a condenação, Lula pode ser impedido de disputar as presidenciais de Outubro, cuja corrida lidera, e pode até ser preso, para começar a cumprir imediatamente a sentença.

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