Liga Árabe pede "pressão da ONU" sobre Israel após 22 mortes em Gaza

Novo ataque ocorreu após as milícias palestinianas em Gaza terem lançado mais de 270 foguetes contra Israel.

10 de maio de 2023 às 17:09
Liga Árabe Foto: Getty Images
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A Liga Árabe exigiu esta quarta-feira à ONU e à comunidade internacional que exerçam "a pressão necessária" para forçar Israel a suspender a "agressão e assédio" a Gaza, onde os bombardeamentos israelitas já mataram 22 palestinianos.

O apelo ao fim dos bombardeamentos junta-se aos efetuados terça-feira pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos, com a Liga Árabe, reunida de urgência no Cairo, a denunciar o "contínuo e crescente ataque israelita contra o povo palestiniano".

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O apelo surge numa altura em que um novo ataque aéreo israelita a Gaza provocou esta quarta-feira mais sete mortes, duas delas de crianças, e mais de duas dezenas de feridos entre a população civil.

O novo ataque ocorreu após as milícias palestinianas em Gaza terem lançado esta quarta-feira mais de 270 foguetes contra Israel, tal como disse à agência noticiosa espanhola EFE um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita.

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O ataque é o maior até agora este ano e segue-se a mais de 24 horas de alta tensão na zona, depois de Israel ter abatido terça-feira, em Gaza, três altos dirigente do grupo 'Jihad' Islâmica Palestina (JIP), bombardeamentos que prosseguem e que causaram até agora 22 mortos, incluindo pelo menos 13 civis, muitos deles crianças, e mais de 40 feridos.

Hoje, no Cairo, a Liga Árabe pediu ao Conselho de Segurança da ONU para assumir as responsabilidades de manter a paz e a segurança internacionais na região, exigindo à organização liderada pelo antigo primeiro-ministro português António Guterres que "responsabilize também Israel, potência ocupante, pelas consequências da agressão", 

Os líderes árabes instaram também o Tribunal Penal Internacional (TPI) a investigar os "crimes de guerra e contra a humanidade" que Israel "cometeu e continua a cometer contra o indefeso povo palestiniano".

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Terça-feira à noite, a UE e os Estados Unidos, instando ao fim da escalada de violência, expressaram "sérias preocupações" com os bombardeamentos em Gaza e pediram a "máxima moderação" às partes envolvidas.

O exército israelita matou ontem Jalil Bahitini, Tareq Az Aldin e Jahed Ahnam, três dos principais líderes do JIP em Gaza - grupo considerado terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia (UE) - nos bombardeamentos.

Terça-feira, em reação aos bombardeamentos israelitas, a Câmara de Operações Militares Conjuntas, que reúne as fações armadas palestinianas em Gaza -- incluindo o JIP e o movimento islamita Hamas - advertiu que Israel "vai pagar o preço da agressão", numa alusão a uma possível resposta armada.

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"Os ataques da resistência unificada fazem parte do processo de resposta ao massacre cometido pela ocupação sionista e fazem parte da defesa do nosso povo palestiniano. A resposta da resistência é obrigatória e constante contra qualquer agressão", disse hoje o porta-voz do Hamas em Gaza, Abd al-Latif al-Qanou, sobre a resposta conjunta, que poderá conduzir a uma nova escalada da guerra.

Encerrados permanecem os "postos fronteiriços" de Erez e Kerem Shalom, que permitem a passagem de pessoas e mercadorias entre Israel e a Faixa de Gaza, impossibilitando a retirada de civis em Gaza, onde, bloqueados, vivem cerca de 2,5 milhões de palestinianos.

Em agosto de 2022, Israel tinha lançado uma "operação preventiva" contra a 'Jihad' Islâmica em Gaza, uma escalada que durou três dias e em que morreu cerca de meia centena de habitantes da cidade.

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No entanto, a operação israelita mais agressiva dos últimos anos, lembra a EFE, aconteceu em maio de 2021, em que estiveram envolvidas todas as milícias do enclave, incluindo o Hamas, e que durou onze dias, causando mais de 200 mortos palestinianos e uma vintena do lado israelita.

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