Luanda vive mais um dia de pilhagens, supermercados são o principal alvo

Polícia disparou tiros de aviso para dispersar multidão que se reuniu para atacar um supermercado da cadeia Angomart. A, na zona da Comarca.

29 de julho de 2025 às 11:58
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A capital angolana vive esta terça-feira o segundo dia consecutivo de insegurança, com pilhagens e atos de vandalismo a ocorrerem sobretudo nas zonas periféricas, tendo como principal alvo os supermercados, constatou a Lusa.

Cerca das 09h30, na zona da Comarca -- estrada de acesso a Cacuaco, uma das áreas mais pobres de Luanda -- uma multidão reuniu-se para atacar um supermercado da cadeia Angomart. A via ficou cortada e a polícia disparou tiros de aviso para dispersar a população, verificou a Lusa no local.

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Relatos recolhidos por jornalistas da Lusa apontam para pilhagens semelhantes em várias lojas de produtos alimentares noutras zonas de Luanda, acompanhadas de tiros e confrontos.

Vídeos partilhados nas redes sociais mostram tentativas de invasão ao megacentro comercial Cidade da China, bem como barricadas improvisadas com pneus a arder nas principais vias de acesso de Luanda.

Em algumas dessas imagens é referida a ocorrência de mortos, tendo as autoridades anunciado que já morreram quatro pessoas durante os tumultos. Devido ao clima de insegurança generalizada, diversos estabelecimentos comerciais, bancos e instituições públicas anunciaram esta terça-feira o encerramento preventivo das atividades e muitas empresas mantêm os trabalhadores em regime de teletrabalho, enquanto aguardam o regresso à normalidade.

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Os protestos ocorrem na sequência da paralisação nacional de taxistas convocada para protestar contra o aumento do preço dos combustíveis.

Apesar de a Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA) ter anunciado o cancelamento da greve, depois de negociações com o Governo Provincial de Luanda, os protestos degeneraram em atos de vandalismo em vários bairros da capital.

Na segunda-feira, Luanda já havia sido palco de confrontos, pilhagens e bloqueios de vias, obrigando à intervenção policial. Esta terça-feira, mantém-se um forte dispositivo policial em pontos estratégicos da cidade, incluindo a presença de viaturas blindadas e de militares.

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A retirada dos subsídios aos combustíveis tem gerado forte contestação social, devido ao impacto no custo de vida dos angolanos, que se debatem já com níveis de inflação a rondar os 20%. 

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