Macron pede união de Europa e EUA e aumento de pressão sobre Rússia
Presidente francês apelou à união entre europeus e norte-americanos em relação à Rússia.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, pediu esta sexta-feira que se mantenha o apoio ao "esforço de guerra" da Ucrânia e se aumente a "pressão sobre a economia russa", apelando à união entre europeus e norte-americanos em relação à Rússia.
"Temos de manter o esforço de guerra... de aumentar a pressão, particularmente sobre a economia russa", disse Macron, numa declaração feita em Chengdu, na China.
"A união entre norte-americanos e europeus na questão ucraniana é essencial", acrescentou.
"Acima de tudo, não devemos ceder a qualquer espírito de divisão entre europeus e norte-americanos. Precisamos dos Estados Unidos para a paz. Os Estados Unidos da América precisam de nós para que esta paz seja sólida e duradoura", defendeu.
As declarações do chefe de Estado francês foram feitas poucos dias depois da publicação, pela revista alemã Der Spiegel, de uma conversa telefónica entre o Presidente ucraniano com vários líderes europeus, como os seus homólogos francês, finlandês, o chanceler alemão e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Mark Rute.
Nessa conversa, segundo a revista alemã, vários dos responsáveis europeus manifestaram desconfiança em relação a Washington e alertaram que os Estados Unidos podem trair a Ucrânia e a Europa nas negociações de paz.
"Existe a possibilidade de os Estados Unidos traírem a Ucrânia na questão territorial, sem clareza quanto às garantias de segurança", terá dito Macron na conversa telefónica, de acordo com uma transcrição em inglês divulgada pelo semanário alemão.
O Der Spiegel referiu ter confirmado o conteúdo junto de dois participantes na conversa telefónica.
As exigências russas de cedências territoriais são um dos pontos mais sensíveis das negociações.
Durante a visita à China, Emmanuel Macron e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, divulgaram esta sexta-feira uma declaração conjunta sobre a guerra na Ucrânia, sublinhando os esforços para alcançar um cessar-fogo com base no direito internacional e nos princípios da Carta da ONU.
"A China e a França apoiam todos os esforços que visam alcançar um cessar-fogo e restaurar a paz com base no direito internacional e nos propósitos e princípios da Carta da ONU", refere a declaração, divulgada pelos meios de comunicação social estatais chineses.
A situação na Ucrânia foi um dos principais temas de discussão entre Xi Jinping e Macron na quinta-feira, quando o líder francês instou a China a tomar medidas concretas no sentido de um cessar-fogo na Ucrânia.
O Presidente francês pediu ainda ao seu homólogo chinês que apoie "pelo menos uma cessação temporária das hostilidades sob a forma de uma moratória sobre ataques a infraestruturas críticas" durante o inverno.
Xi respondeu que a China "apoia todos os esforços pela paz", manifestou confiança de que um "acordo justo, duradouro e vinculativo, aceite por todas as partes envolvidas" será alcançado e assegurou que Pequim "continuará a desempenhar um papel construtivo".
No entanto, o líder chinês rejeitou "todas as acusações irresponsáveis e discriminatórias" relativamente à posição da China.
Desde o início da invasão, em fevereiro de 2022, a China tem evitado criticar abertamente a Rússia, com quem intensificou as suas relações nos últimos anos, e tem ignorado os apelos da Europa para que utilize a sua proximidade com Moscovo para pôr fim ao conflito.
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