Maior hospital de Gaza em ruínas após raide israelita
Tropas israelitas retiraram-se do Hospital de al-Shifa deixando para trás um cenário de devastação.
As tropas israelitas retiraram-se esta segunda-feira do Hospital de al-Shifa após uma incursão de duas semanas, deixando para trás um verdadeiro cenário de horror, com edifícios médicos incendiados e esventrados por bombardeamentos e corpos espalhados pelos escombros. “O Hospital de al-Shifa já não existe”, disse uma testemunha à Reuters, por entre lágrimas.
As primeiras imagens mostram edifícios completamente arrasados, outros queimados e com marcas de explosões. Cadáveres envoltos em lençóis foram retirados dos escombros por voluntários, incluindo pelo menos duas pessoas algemadas que terão sido executadas à queima-roupa. Os pátios e parques de estacionamento do complexo, onde centenas de civis tinham erguido tendas e outros abrigos improvisados, foram completamente esventrados por escavadoras, aparentemente em busca de corpos de reféns que ali teriam sido enterrados.
Durante duas semanas, o hospital foi palco de violentos combates, que não pouparam os principais edifícios do complexo, incluindo enfermarias e salas de operações. Israel culpou o Hamas e a Jihad Islâmica, alegando que estavam a usar o hospital como base, e garante ter eliminado mais de 200 terroristas e detido mais de 900 suspeitos durante a operação, para além de ter apreendido grandes quantidades de armas, munições e documentos. O Hamas diz que mais de 400 pessoas foram mortas durante a incursão, incluindo médicos.
Israel ataca consulado iraniano na Síria
O consulado iraniano na Síria foi esta segunda-feira atingido por vários mísseis num aparente ataque aéreo israelita, numa perigosa escalada que ameaça alastrar o conflito a todo o Médio Oriente. Pelo menos oito pessoas morreram no ataque, incluindo o brigadeiro-general Mohammad Reza Zahedi, um importante comandante dos Guardas da Revolução do Irão e responsável pelas operações do grupo na Síria e no Líbano.
Israel recusou comentar o ataque, que o Ministério da Defesa sírio diz ter sido levado a cabo por caças israelitas vindos da direção dos montes Golã. O edifício do consulado iraniano, adjacente à embaixada, ficou completamente destruído. O embaixador iraniano na Síria prometeu que a resposta do regime de Teerão será “muito dura”, fazendo temer uma preocupante escalada. Desde o início da guerra em Gaza, Israel atacou dezenas de alvos iranianos na Síria e no Líbano, mas este é o primeiro ataque direto contra uma representação diplomática do Irão.
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