Mais um cemitério para bebés descoberto na Irlanda após escavações num antigo orfanato

Suspeita-se que quase 800 bebés tenham sido enterrados no local entre 1925 e 1961. Caso foi denunciado por uma historiadora irlandesa em 2014.

06 de dezembro de 2025 às 17:28
Irlanda investiga mais um cemitério de bebés após escavações num antigo orfanato em Tuam Foto: Direitos Reservados
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Um segundo cemitério para bebés foi descoberto no local onde funcionou entre 1925 e 1961 um orfanato - Lar para Mães e Bebés - em Tuam, no oeste da República da Irlanda. Especialistas forenses descreveram esta descoberta, na sexta-feira, como "significativa" nas escavações que estão a decorrer no terreno da instituição.

Um responsável citado pela CNN internacional disse à emissora nacional RTE na sexta-feira que esta segunda área fica a cerca de 50 a 100 metros do local onde foram encontrados em 2017 “quantidades significativas de restos humanos”.

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Quase 800 bebés bebés e crianças morreram nesta instituição ao longo de 36 anos (entre 1925 e 1961).

A investigação começou em 2014, depois de a historiadora Catherine Corless ter denunciado a existência de 792 certidões de óbito, mas sem registo do local onde os bebés foram enterrados. Suspeita-se que os corpos tivessem sido enterrados num antigo tanque de esgoto desativado.

Só este verão, porém, é que começaram as escavações no local. E desde julho já foram encontrados 11 restos mortais de bebés, incluindo quatro descobertos no mês passado.

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Mais de centena e meia de pessoas já entraram em contacto com os responsáveis pelas escavações para fornecer ADN para ajudar na identificação dos corpos, que têm sido todos enviados para análise forense.

Esta instituição foi uma de dezenas em toda a Irlanda para onde foram levadas raparigas novas grávidas e mães solteiras para dar à luz em segredo.

Numa investigação em 2017 a lares deste tipo, o governo irlandês encontrou “quantidades significativas de restos humanos” e "um nível alarmante de mortalidade infantil" nessas instituições.

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Um relatório chegou mesmo a indicar que antes de 1960 estes lares “não salvaram a vida de crianças 'ilegítimas', antes parecem ter reduzido significativamente as suas chances de sobrevivência”. Esta denúncia levou a um pedido de desculpas do governo irlandês em 2021.

Estão previstas novas revelações sobre este caso para o mês de fevereiro de 2026, uma vez que as escavações vão ser interrompidas devido ao período festivo, escreveu  o jornal The Irish Times.

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