Milhares de pessoas nas ruas de Londres em protesto anti-imigração liderado por Tommy Robinson
Participantes deverão prestar homenagem a Charlie Kirk, ativista conservador norte-americano morto a tiro na quarta-feira.
Cerca de 110 mil pessoas estão a participar este sábado num protesto pela "liberdade de expressão" em Londres, convocado pelo ativista britânico de extrema-direita Tommy Robinson, segundo estimativas da polícia londrina.
Por entre bandeiras do Reino Unido, 'slogans' anti-imigrantes e apelos à saída do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, dezenas de milhares de pessoas estão concentradas em Londres, onde também decorre uma contramanifestação iniciada por uma organização antirracista, noticiou a agência noticiosa AFP.
Apresentado por Tommy Robinson como um protesto a favor da "liberdade de expressão", a manifestação acontece depois de um verão marcado por manifestações anti-imigração junto de hotéis britânicos que acolhem requerentes de asilo, amplamente partilhadas nas redes sociais pelo ativista.
Na marcha liderada por Robinson, um ativista anti-imigração cujo nome verdadeiro é Stephen Yaxley-Lennon, os participantes deverão prestar homenagem a Charlie Kirk, o ativista conservador norte-americano morto a tiro na quarta-feira, quando proferia uma palestra numa universidade no Utah.
Os organizadores anunciaram a presença de várias figuras britânicas e estrangeiras da direita e da extrema-direita, incluindo Steve Bannon, antigo conselheiro do presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, sendo que o presidente do partido francês de extrema-direita Reconquête, Eric Zemmour, confirmou a presença.
A liberdade de expressão está no centro de um debate público no Reino Unido há vários meses, reavivado no início deste mês, quando polícias armados detiveram um criador de séries de televisão no aeroporto de Heathrow, em Londres, acusado de transmitir mensagens hostis a pessoas transgénero.
O debate é, frequentemente, suscitado pela direita e pela extrema-direita, mas também foi levantado na sequência da detenção de centenas de pessoas que se manifestaram, dando o seu apoio ao grupo Ação Palestina, que foi classificado como uma "organização terrorista" pelo Governo.
Muito ativo nas redes sociais, onde é seguido por 1,4 milhões de pessoas, Robinson é acusado de ajudar a alimentar a onda de violentos protestos anti-imigrantes e islamófobos que abalaram o Reino Unido no verão de 2024.
Fundador da antiga Liga de Defesa Inglesa, um grupo ultranacionalista com origem no movimento dos 'hooligans', Robinson já foi condenado várias vezes, incluindo por ofensas à ordem pública, e foi detido em 2018 por desacatos em tribunal e novamente em 2024 por repetir comentários difamatórios sobre um refugiado.
Deverá ser julgado em outubro de 2026 por se recusar a fornecer a palavra-passe do seu telemóvel, exigida pela polícia ao abrigo dos amplos poderes que lhe foram concedidos pela Lei Antiterrorismo de 2020.
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