Milhões de Kaddafi levam antigo presidente francês ao banco dos réus

Campanha presidencial de 2007 terá sido financiada por “malas de dinheiro vivo” enviadas pelo antigo ditador líbio. Arrisca até dez anos de prisão.

07 de janeiro de 2025 às 01:30
Ex-Presidente francês à chegada ao tribunal, ontem. Nicolas Sarkozy nega qualquer irregularidade Foto: Gonzalo Fuentes/ Reuters
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O ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy começou, esta segunda-feira, a ser julgado, em Paris, por corrupção e financiamento ilegal da campanha de 2007, a qual terá sido paga, em grande parte, por “malas de dinheiro vivo” enviadas pelo antigo ditador da Líbia, Muammar Kaddafi, entretanto deposto e morto.

A acusação alega que Sarkozy fez um acordo com Kaddafi em 2005, quando ainda era ministro do Interior, mediante o qual o ditador líbio iria financiar ocultamente a sua campanha em milhões de euros em troca de favores políticos, judiciais e empresariais quando fosse eleito Presidente, o que acabaria por suceder dois anos depois. Na altura, o regime líbio encontrava-se completamente isolado devido ao seu apoio ao terrorismo, e Sarkozy ajudou a quebrar o gelo, convidando Kaddafi para uma longa visita de Estado, durante a qual o ditador instalou a sua tenda beduína num jardim próximo do Eliseu.

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O julgamento deverá durar três meses e o ex-Presidente francês, que nega qualquer irregularidade, arrisca uma pena de até 10 anos de cadeia. Este é apenas um dos muitos problemas legais de Sarkozy, que no mês passado viu o Tribunal de Cassação confirmar a sua condenação a um ano de cadeia com pena suspensa e pulseira eletrónica por corrupção e tráfico de influências e foi também condenado, noutro processo, por financiamento ilegal da campanha de 2012.

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