Ministros europeus das Finanças discutem hoje como tornar UE mais competitiva
Reunião informal dos ministros das Finanças da UE decorre até sábado.
Os ministros das Finanças da União Europeia (UE), esta sexta-feira reunidos informalmente em Copenhaga, vão discutir como 'puxar' pela competitividade económica do bloco comunitário face aos principais concorrentes, perante críticas de inércia europeia, nomeadamente simplificando a legislação comunitária.
Realizada na capital dinamarquesa devido à presidência rotativa do Conselho assumida pela Dinamarca este semestre, a reunião informal dos ministros das Finanças da UE, que decorre até sábado, servirá para discutir como é que a União pode destacar-se face aos seus principais concorrentes -- a China e os Estados Unidos -- e crescer economicamente.
Esta sexta-feira, os ministros -- incluindo o português, Joaquim Miranda Sarmento -- vão discutir a competitividade económica da UE, mas também as consequências económicas da legislação comunitária e como é que tais leis podem ser simplificadas.
Isto quando cerca de duas em cada três empresas da UE consideram que o crescimento e o investimento estão a ser condicionados pela complexidade regulatória e pelo excesso de regulação.
A discussão surge quando se assinala um ano desde a publicação do relatório do antigo primeiro-ministro italiano Mario Draghi, que estimou em 800 mil milhões de euros as necessidades anuais de investimento adicional na UE face à China e Estados Unidos, o equivalente a mais de 4% do PIB comunitário e acima do Plano Marshall.
O antigo presidente do Banco Central Europeu elencou como principais desafios a inovação, a descarbonização e os elevados preços da energia e propôs uma emissão regular de dívida comum na UE, como aconteceu para fazer face à crise da covid-19, um investimento maciço em defesa e uma nova estratégia industrial comunitária.
Esta semana, Mário Draghi criticou a lentidão e inércia da UE no que respeita à competitividade, apelando para uma nova dinâmica, de forma que sejam obtidos resultados "em meses, não em anos".
Segundo dados agora divulgados pela organização europeia de lóbi Conselho Europeu para a Inovação Política (EPIC, na sigla inglesa), do total de 383 recomendações apresentadas, apenas 11,2% (43 medidas) foram totalmente cumpridas.
No sábado, os ministros das Finanças da UE vão discutir um relatório do grupo de reflexão económica Bruegel, no qual se alerta para uma eventual "nova crise financeira" devido ao aumento da incerteza tarifária dos Estados Unidos e da fragmentação política, devendo os Estados-membros estar "vigilantes".
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