Ministros francês e alemão admitem que dedicar 2% do PIB à Defesa "é insuficiente"

Sébastien Lecornu referiu também que "não nos devemos deixar levar por esta guerra de números".

23 de janeiro de 2025 às 23:58
Sébastien Lecornu e Boris Pistorius Foto: Mohamed Badra/Lusa/EPA
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Os ministro da Defesa alemão e francês concordaram esta quinta-feira que dedicar 2% do PIB à defesa "é insuficiente", mas recusaram "ficar presos numa guerra de números", enquanto Donald Trump exige que os Estados-membros da NATO aumentem gastos para 5%.

"Todos nós na Europa estamos cientes, e não apenas por causa de Trump, que 2% não serão suficientes para tornar as nossas Forças Armadas capazes de se defenderem de um ataque russo ou de serem dissuasivas", admitiu o alemão Boris Pistorius, durante uma conferência de imprensa conjunta com o homólogo francês Sébastien Lecornu

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"A Europa deve dedicar mais dinheiro à sua defesa (...), 2% não chega. No entanto, também não nos devemos deixar levar por esta guerra de números", acrescentou o Ministro das Forças Armadas francês.

Os próprios Estados Unidos gastam apenas 3,2% da riqueza produzida no seu solo em defesa, lembrou Pistorius, acrescentando que alocar 5% a este representaria "41 ou 42% do orçamento federal" para a Alemanha.

"A questão-chave não é quanto dinheiro vamos gastar, mas (...) porque estamos a gastar esse dinheiro, onde e como", insistiu.

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Para Sébastien Lecornu, que considera que os europeus são "demasiado lentos no rearmamento", não se trata apenas "de uma questão de dinheiro".

"É preciso falar sobretudo que 2% são úteis" para termos forças treinadas e equipadas e não "para comprar armas para encher hangares e não as saber utilizar", vincou.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, manifestou na semana passada a sua oposição à exigência de Donald Trump, sublinhando que esta representava "muito dinheiro" para o orçamento alemão.

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O Presidente francês Emmanuel Macron considerou, por sua vez, que o seu homólogo norte-americano tem razão ao dizer que os europeus deviam gastar mais, mas absteve-se de especificar se a França pretendia ir além do crescimento orçamental previsto pela lei de programação militar 2024-2030.

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