Modelo sequestrada foi às compras com os raptores
Jovem de 20 anos ia ser vendida como escrava sexual mas foi libertada por ser mãe.
O caso chocou o mundo e tem dado muito que falar: Chloe Ayling, uma modelo inglesa de 20 anos, foi aliciada com uma sessão fotográfica em Milão mas acabou raptada por um grupo que a queria vender como escrava sexual. Depois de ser libertada e de ter denunciado o caso, mais pormenores sobre o cativeiro de Chloe foram revelados. As autoridades italianas estarão a estudar a hipótese do rapto ter sido combinado com a jovem
A modelo foi injetada com quetamina, um tranquilizante para cavalos, e fechada dentro de uma mala de viagem. Depois esteve seis dias algemada à mobília da casa dos raptores. De acordo com os meios de comunicação italianos e ingleses, Lukasz Herba, o homem polaco que estará por trás do rapto, libertou Chloe depois de descobrir que esta era uma jovem mãe, levando-a ao consulado inglês em Milão, a 15 de julho.
Herba, de 30 anos, ameaçou o agente da modelo, depois de o ter contactado para marcar um trabalho para Chloe no mundo da moda. Foi quando o pesadelo começou. "Uma pessoa com luvas pretas atacou-me por trás e tapou-me a boca para eu não grita. Uma segunda pessoa com uma máscara preta deu-me uma injeção no braço direito e depois apaguei", contou a jovem às autoridades. A jovem esteve sequestrada numa quinta em Borgial, perto de Turim. Dormia no chão mas a investigação já apurou que Chloe não foi abusada sexualmente.
Modelo descreveu "relação de confiança" com raptor
Durante o rapto a jovem perdeu um sapato. Querendo que a modelo estivesse nas melhores condições para quando fosse entregue ao comprador como escrava sexual, os raptores levaram a jovem às compras para que esta comprasse sapatos. Segundo o La Reppublica, quando foi questionada sobre este passeio Chloe chorou compulsivamente. Acabou por revelar que o raptor dormia no mesmo quarto que ela.
"Partilhávamos a cama e ele oferecia-me coisas. Nunca me violou nem pediu favores sexuais. Mas ameaçava-me de morte assim que lhe pedia para sair dali. De início só bebia de garrafas de água seladas, porque tinha medo de ser envenenada. Mas ele era o meu guarda. Acabei por desenvolver uma relação de confiança com ele", contou Chloe às autoridades italianas.
A jovem ainda está a ser ouvida pelas autoridades sobre o chamado gang de tráfico humano Black Death (‘Morte Negra’). "Passei por uma experiência aterrorizadora. Temi pela minha vida segundo a segundo, minuto a minuto, hora a hora", disse Chloe depois de ter sido libertada pelos raptores.
Ainda, há algumas inconsistências investigadas pela polícia. Paolo Storati, investigador no caso, descreveu o raptor, Herba, como "uma pessoa afetada pela mitomania, a tendência patológica para exagerar ou mentir".
Também surgiram relatos de que Herba tentou vender a história aos jornais britânicos quando ainda tinha Chloe sequestrada.
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