Morreu o cientista de 104 anos que recorreu à eutanásia por estar cansado de viver
David Goodall não sofria de nenhuma doença terminal. Morreu a ouvir Beethoven.
O cientista australiano David Goodall, de 104 anos, que decidiu viajar para a Suíça para se submeter à eutanásia morreu esta quinta-feira, avança a Sky News. O idoso não sofria de nenhuma doença terminal mas estava, simplesmente, cansado de viver.
David Goodall morreu a ouvir Beethoven e perguntou à família que estava a preencher os documentos das testemunhas "o que estavam à espera".
A perda de independência motivou a decisão do cientista em viajar para Basileia, na Suíça, onde a eutanásia é legal, para acabar com a vida: "Não estou feliz. Quero morrer. Isso não é triste. O que é triste é que me impeçam", disse Goodall numa entrevista que deu no mês passado, quando completou 104 anos de idade.
O cientista começou a sentir-se insatisfeito quando foi forçado a reduzir as suas funções como investigador na Universidade de Perth, em 2016. Para além disso, deixou de ter capacidade para conduzir ou andar sozinho nos transportes e de continuar a frequentar as aulas de teatro.
Ainda assim, a decisão de terminar com a vida foi tomada no mês passado, após uma queda em casa que levou a que os médicos o aconselhassem a passar a ser acompanhado a tempo inteiro por uma equipa de enfermeiros ou então que se mudasse para um lar.
A ideia de perder a independência e a capacidade de cuidar de si sozinho não agradou ao cientista, que pretende "morrer com dignidade".
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