Morreu o famoso crítico literário Harold Bloom
Homem que dizia que “Shakespeare é Deus” tinha 89 anos e deu a sua última aula em Yale na quinta-feira.
O famoso crítico literário norte-americano Harold Bloom morreu, esta segunda-feira, num hospital em New Haven, Connecticut. Considerado um dos críticos mais influentes da segunda metade do século XX, tinha 89 anos e, segundo a mulher confirmou ao The New York Times, que deu a última aula na universidade de Yale na passada quinta-feira.
"Shakespeare é Deus", dizia Bloom, que era um grande defensor "da superioridade literária de gigantes do Ocidente" como o já referido poeta inglês, e ainda Chaucer e Kafka, como explicou o jornal norte-americano.
"A Angústia da Influência" e "O Cânone Ocidental" são apenas exemplos das mais de 20 obras de Harold Bloom. No segundo livro, estudou autores que considerou constituirem o cânone da tradição literária ocidental - e, nesta lista, juntou Fernando Pessoa a nomes como Shakespeare, Dante, Whitman e Cervantes.
Em 2001, recebeu o grau de doutor "honoris causa" atribuído pela Universidade de Coimbra. O seu padrinho foi o Nobel da Literatura José Saramago, de quem Bloom era leitor e admirador. Mais tarde, após a morte do português, defendeu que Saramago era um "homem inigualável" e com um talento que o aproximava de Shakespeare.
Bloom, que se despedia dos alunos com um beijo no cimo da cabeça, nasceu em East Bronx, Nova Iorque, e teve uma educação judia ortodoxa. Ao longo da carreira, as suas apreciações valeram-lhe inúmeras críticas.
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