Mortes pelas cheias no sul do Brasil sobem para 151 mas cai o número de desaparecidos e desalojados

Cerca de 615 mil pessoas estão desalojadas. Continuam desaparecidas 104.

Cheias em Rio Grande do Sul, Brasil Foto: Reuters
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A descoberta de mais duas vítimas fatais das cheias que atingem o Rio Grande do Sul desde o final de Abril aumentou esta quinta-feira para 151 o número de mortes pela tragédia naquele estado do sul do Brasil, mas o número de pessoas desaparecidas e desalojadas começou finalmente a cair. Os dados foram divulgados esta quinta-feira em novo balanço parcial da Protecção Civil.

De acordo com o novo levantamento, o número de pessoas desaparecidas esta quinta-feira é de 104, oito a menos do que no levantamento do dia anterior. O número de desaparecidos chegou a ser dias atrás de 146, mas foi caindo com a localização de alguns corpos e, felizmente, na maioria dos casos com a localização de desaparecidos em abrigos.

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O número de desalojados de suas casas pelos violentos temporais que devastaram o maior estado do sul do Brasil foi confirmado pela Protecção Civil esta quinta-feira em pouco mais de 615 mil. É um número altíssimo, mas chegou a superar os 650 mil, antes de o nível das águas das chuvas e das que transbordaram dos rios começarem a baixar e a permitir o regresso de alguns, ainda poucos, milhares de pessoas a suas casas ou ao que restou delas.

Não obstante o início de uma discreta melhoria na situação em parte das cidades, a imagem do Rio Grande do Sul, um rico estado agrícola com uma forte presença portuguesa e alemã, continua a ser de caos e devastação, e milhares de resgatistas dos Bombeiros, do Exército e voluntários, continuam a ter de se desdobrar para salvar pessoas ainda ilhadas ou receber e distribuir água, roupas, mantimentos e medicamentos. Dezenas de cidades ainda estão isoladas, pois pontes e estradas ruiram, e a capital, Porto Alegre, que tem quase 1,5 milhão de habitantes, continuava esta quinta-feira com grande parte dos seus bairros submersos, com milhares de residências, empresas e hospitais destruídos ou muito danificados.

O nível das águas do Rio Guaíba, que na região de Porto Alegre forma um gigantesco lago, baixou ao amanhecer desta quinta-feira para menos de 5 metros de altura pela primeira vez em uma semana. Mas continua muito acima dos 3 metros, ponto a partir do qual começa a inundar a cidade.

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Às 10 horas da manhã locais, 14 horas em Lisboa, o Guaíba registava 4,98 m de altura. Isso significa que em boa parte da elegante capital do Rio Grande do Sul há 1,98 m de água suja e contaminada sobre ruas e avenidas e dentro das casas das pessoas, inviabilizando por enquanto qualquer tentativa de recomeço. 

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