MP vai apresentar mais duas denúncias contra ex-presidente brasileiro

Michel Temer foi preso quinta-feira no âmbito da operação anti-corrupção Lava Jato.

O presidente do Brasil, Michel Temer Foto: Reuters
O presidente do Brasil, Michel Temer Foto: Reuters
Michel Temer Foto: Getty Images
Michel Temer Foto: EPA

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O Ministério Público Federal (MPF) do Brasil vai apresentar ainda esta semana à justiça duas novas denúncias contra o ex-presidente do país Michel Temer, preso quinta-feira no âmbito da operação anti-corrupção Lava Jato.

Temer, que deixou a presidência brasileira a 31 de dezembro passado, está desde quinta-feira preso numa sala na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, para onde foi transferido depois de ter sido detido ao sair de casa, em São Paulo.

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Numa das denúncias, Temer vai ser acusado por desvios de que supostamente terá sido beneficiado num contrato para serviços de media no Aeroporto Internacional de Brasília. Na outra denúncia, esta relacionada diretamente ao processo que o levou à prisão na semana passada, o antigo governante será acusado de ter igualmente sido o beneficiário de desvios feitos na contratação de serviços para a construção da Central Nuclear Angra III, em Angra dos Reis, no litoral do estado do Rio de Janeiro, que está em construção há 35 anos e não se sabe quando e se começará efetivamente a produzir energia.

Ao todo, Michel Temer responde a dez inquéritos pelos crimes de corrupção, peculato, branqueamento de capitais, formação de organização criminosa e obstrução à justiça. Em 2017 ele foi alvo de duas denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção, mas o Congresso, que controlava à base de generosos financiamentos para obras e projetos de parlamentares, impediu que ele fosse julgado.

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No ano passado, pouco antes de terminar o mandato, foi alvo de nova denúncia da PGR, mas, mais uma vez, a imunidade do cargo impediu a tramitação do processo. Assim que o mandato de Temer terminou, o Supremo Tribunal Federal (STF), onde os processos contra ele tramitavam por ser chefe de Estado, enviou as ações para a justiça comum, e tudo ficou muito mais célere, culminando com a prisão na semana passada, curiosamente por uma das acusações menos importantes e conhecidas.

Os advogados de Temer recorreram ainda na quinta-feira ao Tribunal Regional Federal da 2.

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