“Não aprendemos com a História”: relatório refere que em Israel existem 88 mil sobreviventes do holocausto nazi
Halina Birenbaum tinha 13 anos quando foi apanhada pelo êxodo da infâmia, foi enviada para Majdanek e, mais tarde, para Auschwitz.
Um relatório do Knesset revelado há dois dias refere que existem em Israel cerca de 88 mil sobreviventes do holocausto nazi. Representam 1% da população israelita e são 16% dos que têm 75 ou mais anos de idade. Halina Birenbaum ostenta uns respeitáveis 95 anos. Vivia no gueto de Varsóvia quando a Polónia foi invadida pelas tropas de Hitler. Tinha 13 anos. Apanhada pelo êxodo da infâmia, foi enviada para Majdanek e, mais tarde, para Auschwitz.
Em janeiro de 1945 foi forçada a abandonar o campo de extermínio nazi e percorreu vários campos de concentração até à libertação pelo Exército soviético, em maio desse ano, do campo alemão de Neustadt-Glewe. Numa Europa onde o antissemitismo florescia, a jovem Halina viajou para Marselha, em França, de onde apanhou um barco para Israel. Casou e teve filhos. Um dia, depois de muitos anos de uma relação hesitante com a mãe, Yakov Gilad resolve acompanhar Halina numa das regulares viagens à Polónia.
O resultado foi um filme ora comovente, ora ingénuo, durante o qual Gilad, um músico de renome em Israel, descobre uma faceta da mãe que tardou em revelar-se. Esta segunda-feira, numa cerimónia a que o CM assistiu, o vídeo ‘Where are you going’ (Onde vais) foi exibido no anfiteatro do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, em Jerusalém, perante uma plateia de diplomatas estrangeiros – nomeadamente a embaixadora de Portugal, Helena Paiva –, no âmbito do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. No final da visualização, Halina e Yakov apareceram de surpresa com mensagens tão atuais como corajosas. Com Halina a lembrar que “não aprendemos nada com a História” e Gilad a alertar para os “perigos do racismo”, dos EUA até Israel.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt