Nicolás Maduro pede a venezuelanos que limitem importações desnecessárias
Apelo ocorre num momentos em que os empresários se queixam de dificuldades para conseguir dólares para pagar as importações de produtos.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu aos venezuelanos que limitem as importações desnecessárias, e instou os setores económicos a aumentar a produção para "não gastar os dólares ao povo".
"Um elemento que deve ser alcançado é a autossuficiência do país em tudo e limitar ao máximo [as importações]. Eu digo a todos os setores económicos e, sobretudo, aos comerciais que limitem as importações desnecessárias e supérfluas e procurem produzir", disse durante o programa radiofónico e televisivo "Com Maduro +".
O apelo do Presidente da Venezuela ocorre num momentos em que os empresários se queixam de dificuldades para conseguir dólares para pagar as importações de produtos, com o bolívar, a moeda venezuelana, a registar uma forte desvalorização nos últimos meses, perante a moeda norte-americana, passando de 70 bolívares por dólar em março de 2025 para aproximadamente 170 bolívares no dia desta terça-feira.
"Se você quer importar um produto que não é necessário ou indispensável para o funcionamento da sociedade, da economia e da vida das pessoas, então está gastando os dólares do povo, do país. O sistema gera riqueza em moeda estrangeira, e essa riqueza deveria e deve ser investida no desenvolvimento industrial, autónomo e tecnológico da Venezuela", explicou.
Segundo Nicolás Maduro o futuro da economia da Venezuela tem por base a produção nacional, a autossuficiência e a soberania monetária.
"Já não existe o fluxo de petrodólares que existia antes da guerra económica, das sanções [internacionais] criminosas e do bloqueio", frisou.
Nos últimos 10 anos a Venezuela passou por um processo de dolarização da sua economia, primeiro informalmente de depois de maneira formal, que levou a que os preços dos produtos sejam afixados em dólares norte-americanos e fosse fácil conseguir moeda estrangeira no país.
Apesar de os preços continuarem a ser referenciados em moeda estrangeira, nos últimos meses regista-se uma escassez de notas de dólares no país e a maioria das operações fazem-se em bolívares ao valor cambial do dia.
Em paralelo há um mercado negro onde as divisas se cotizam em valores que atingem 160% da cotação oficial, mas que é penalizado com prisão.
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