"O show do século" do DJ Alok em Copacabana marcado por roubos, confrontos, feridos e mais de 500 detidos
Grupos de criminosos fizeram arrastões no meio da multidão, e roubaram telemóveis, fios e pulseiras de ouro, carteiras e até alianças de casamento.
Anunciado pela organização como "O show do século", a apresentação do DJ brasileiro Alok levou este sábado à noite, mesmo com um frio nada comum na cidade e muita chuva, uma imensa multidão ao areal da Praia de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, e teve realmente muita música e entusiasmo do público, mas também muitas rixas, furtos, roubos e pessoas feridas. O show foi em homenagem aos 100 anos do luxuoso Hotel Copacabana Palace, imponente ali, do outro lado da rua, e em comemoração aos 32 anos de Alok, comemorados exatamente ontem.
Um balanço ainda parcial feito na manhã deste domingo, 27 de agosto, nas três esquadras próximas ao local do espectáculo, Copacabana, Ipanema e Leblon, contabilizava ao menos 500 suspeitos detidos antes, no decorrer e após o show. Na maior parte dos casos, os suspeitos foram detidos por furto, por roubo (quando há emprego de violência), ou por tentarem entrar na área da apresentação com facas de todos os tamanhos, incluindo grandes facões, estiletes, socos ingleses e chaves de fendas, entre outros objectos que podem servir para tudo menos para curtir uma apresentação musical.
Grupos de criminosos assim mesmo conseguiram ultrapassar as barreiras policiais, bastante reforçadas, e fizeram arrastões no meio da multidão, roubando telemóveis, fios e pulseiras de ouro, carteiras e até alianças de casamento. Em vários casos, para facilitar a acção criminosa, os marginais, muitos deles menores de idade, atiravam várias vítimas de uma vez ao chão e depois ficavam em cima delas a roubar tudo o que podiam, ante a passividade de quem estava perto e nada fazia por indiferença ou pânico.
Nos locais onde a concentração de pessoas era mais intensa a incidência de crimes também foi maior, até porque tornava mais difícil uma reacção das forças de segurança e, a certa altura, chegou a ser visível uma grande clareira junto ao palco, pois a multidão afastou-se para tentar fugir dos assaltantes. Nas redes sociais, pessoas que participavam no que deveria ser somente uma grande festa relatavam os assaltos e as agressões que presenciaram ou sofreram, e publicavam fotos de pessoas ensanguentadas.
Até após o final do espectáculo, um pouco antes das 23 horas locais, três horas da madrugada deste domingo em Lisboa, os assaltos e as rixas continuaram, com criminosos aproveitando a confusão gerada pela saída da imensa multidão ao mesmo tempo para agir. Vendedores ambulantes chegaram a tirar os suportes de madeira das suas barraquinhas para atacarem os assaltantes, mas não tiveram muito sucesso e mais pessoas foram furtadas e roubadas enquanto tentavam entrar nos autocarros já mais do que lotados ou se espremiam nas escadas de acesso ao Metropolitano tentando voltar para suas casas.
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