Operação Lava Jato adiada por mais um ano
Procuradora-Geral brasileira, Raquel Dodge, prorrogou prazo de atuação da força especial que comanda operação anti-corrupção.
A Procuradora-Geral brasileira, Raquel Dodge, prorrogou por mais um ano o prazo de atuação da força especial de promotores e outros membros do Ministério Público que comandam a operação anti-corrupção Lava Jato em Curitiba, capital do estado do Paraná, onde se concentra o braço principal da ação.
O atual mandato dos procuradores, promotores e outros membros do MP na operação terminaria no próximo dia 9 de Setembro.
Com isso, Dodge põe fim a especulações crescentes de que a operação estava com os dias contados, tanto por não ter mais que investigar, como por o seu principal coordenador, o procurador Deltan Dallagnol, estar a ser alvo de denúncias e fortes críticas.
As mensagens do site The Intercept mostraram o chefe da Lava Jato e o então juiz da operação, Sérgio Moro, atualmente ministro da justiça do governo de Jair Bolsonaro, a combinarem versões e a forçarem situações para conseguirem condenar arguidos, o mais famoso dos quais, o ex-presidente Lula da Silva, que continua preso.
É a quinta vez que a Operação Lava Jato, iniciada em 2014, é prorrogada. O Supremo Tribunal Federal pensa limitar a ação de Dallagnol após se ter descoberto que ele tentou investigar juízes do mais alto tribunal brasileiro, o que é ilegal.
Com a publicação esta terça-feira da portaria de prorrogação assinada por Raquel Dodge, o caso vai ser agora analisado pelo Conselho Nacional do Ministério Público, que deve referendar a continuação da operação, pois normalmente não contraria decisões da Procuradoria-Geral.
Pode ter sido um dos últimos atos de Raquel Dodge no cargo, uma vez que o mandato termina igualmente em setembro e dificilmente Jair Bolsonaro optará por mantê-la no exercício das suas funções, para as quais o presidente já sinalizou querer um procurador ultra-conservador e, se possível, ligado ao movimento evangélico.
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