Pai deu a própria vida para salvar menina de quatro anos resgatada após 15 horas sob escombros no Brasil
Cão pisteiro também foi essencial para detetar a criança.
A menina de quatro anos resgatada este sábado com vida e somente com alguns arranhões depois de mais de 15 horas sob os escombros da própria casa, soterrada pelo desmoronamento de uma encosta na cidade brasileira de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, foi salva não somente pela sensibilidade do cão-pisteiro que a detetou ou pela heroica insistência dos bombeiros, que usaram as próprias mãos para escavar e não provocar nova derrocada, mas, principalmente, pela coragem e pelo amor do pai. Usou o próprio corpo para proteger a pequena Ayla da derrocada, morreu nesse seu último gesto de abnegação mas o seu sacrifício salvou a vida da filha, como ele queria.
Douglas José da Silva Souza, contaram familiares após a tragédia, tinha 25 anos e, ao perceber que a casa ia desabar e ser soterrada por toneladas de lama, pedras e árvores que desciam da montanha onde fica o bairro Alto da Independência, pensou e agiu rápido para salvar ao menos a filha. Ele estava sentado na sala, numa poltrona, e, ao perceber a tragédia, agarrou Ayla e apertou-a com força contra si, protegendo-a com o corpo dele.
Quando, na manhã deste sábado, as equipas de resgate conseguiram finalmente chegar ao ponto da montanha de escombros onde pai e filha estavam, e onde outras três pessoas da família morreram, Douglas continuava na mesma posição, sentado na poltrona e com a filha abaixo dele, num pequeno vão onde ela sobreviveu durante todo esse tempo graças ao sacrifício do jovem pai.
O jovem, acreditam familiares e os resgatistas que viram essa comovente cena, deve ter sobrevivido quando a casa foi arrastada e soterrada pela encosta e, usando o corpo e a poltrona como barreiras, enquanto teve forças evitou que a menina fosse atingida pelos escombros. O gigantesco esforço de Douglas fez com que a avalancha parasse nas costas dele sem atingir Ayla, e ele deve ter suportado tanto tempo que, quando finalmente desfaleceu, a terra em cima deles já se tinha estabilizado e não invadiu o vão onde a menina estava.
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