Pais de criança morta a tiro escrevem carta emotiva a Zuckerberg

Pais desesperados culpam Facebook após morte de filho no massacre de Sandy Hook.

25 de julho de 2018 às 21:12
Zuckerberg Foto: Reuters
Mark Zuckerberg, criador do Facebook Foto: Getty Images
Mark Zuckerberg Foto: Reuters
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Os pais de uma das crianças que foi assassinada no tiroteio de Sandy Hook, nos EUA, culpam o Facebook por servir de plataforma de ódio para grupos que não acredita no massacre e os perseguem.

Numa carta aberta enviada ao fundador da maior rede social do planeta, Mark Zuckerberg, os pais de Noah, que morreu em 2012 com seis anos, queixam-se de serem perseguidos por grupos de ódio e viverem em medo constante após o tiroteio. 

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Na missiva, publicada pelo jornal The Guardian, Lenny Pozner e Veronique De La Rosa relembra o episódio que lhes mudou a vida, a 14 de dezembro de 2012, quando perderam o filho na escola de Sandy Hook. Dizem também que, desde então, todas as famílias das vítimas têm sido alvo de muitas ameaças por "grupos de conspiração e provocadores anti-governo", que defendem, via Facebook, que o massacre "é falso" e que as crianças mortas eram "atores", reclamando que se saiba a verdade. 

"Estas mentiras e pedidos de ação espalham-se com rapidez no Facebook e, apesar dos nossos pedidos, são protegidos pelo Facebook", lamentam, implorando para que a rede social os proteja de ameaças e assédio. 

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Os crimes são incentivados e organizados em grupos extremistas, que pretendem provar que tudo não passa de uma mentira e, para tal, persegue as famílias dos sobreviventes, publica online as suas moradas e marca autênticas "caças à bruxa" aos pais das vítimas. 

"Temos de aguentar assédio online, por telefone e pessoalmente, bem como abusos e ameaças de morte. Uma das nossas abusadoras foi detida porque acreditou em conteúdo criado por estes grupos. Para nos protegermos, temos de mudar de casa várias vezes", confessam os pais de Noah, que sabem não serem os únicos afetados por este fenómeno, que o Facebook não tem combatido. 

"As nossas famílias estão em perigo como resultado direto de milhares de pessoas que vêem e acreditam em mentiras e discurso de ódio que o Facebook decidiu proteger. A situação fica ainda pior porque temos de batalhar com o Facebook para que nos ofereça a mais básica das proteções e remova o conteúdo mais ofensivo e incêndiário", desabafam, pedindo medidas em concreto para contrariar esta tendência. 

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"Tratem as vítimas de massacres e outras tragédias como grupos protegidos para que os ataques contra eles sejam especificamente contra as políticas do Facebook", defendem, pedindo, igualmente, que a rede social forneça contactos diretos às vítimas que quiserem pedir ajuda ao staff para que a remoção de "publicações de assédio e ódio contra as vítimas seja feita imediatamente". 

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