Pedida investigação a massacre em Angola
Human Rights Watch acusa autoridades angolanas de uso de força excessiva contra manifestantes desarmados e pede esclarecimento.
A Human Rights Watch (HRW) exige uma investigação à repressão da manifestação de sábado nas Lundas, que fez pelo menos 15 mortos e dez feridos. Uma das vítimas mortais terá sido o filho de um secretário regional do Movimento do Protetorado Português da Lunda Tchokwe (MPPLT), que promoveu o protesto na aldeia de Cafunfo.
A representante da HRW para Angola, Zenaida Machado, afirma haver “claros indícios” de abusos policiais em resposta à manifestação que, segundo versão oficial, fez seis mortos. A polícia alega que respondeu a uma “rebelião”, durante a qual vários elementos tentaram invadir uma esquadra.
O MPPLT, que luta pela independência das Lundas, região rica em diamantes no nordeste de Angola, acusa a polícia de disparar indiscriminadamente contra pessoas desarmadas. José Mateus Zecamutchima, presidente do MPPLT, disse à Lusa que o número de mortos pode ser superior a 15, pois há vários desaparecidos.
Zenaida Machado desmente igualmente a polícia. Um vídeo obtido pela HRW prova que não houve tentativa de invasão de esquadra e mostra “claramente” um polícia “a abusar de alguém que não representava nenhum perigo”.
A Igreja católica angolana condenou “o grave massacre” e pede uma investigação independente ao caso.
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