Polícia Federal já se quer livrar de Lula após quatro dias de prisão
Sindpf-PR refere que delegados e agentes têm recebido ameaças.
A Polícia Federal brasileira (PF), que no sábado à noite prendeu o ex-presidente Lula da Silva para que comece a cumprir a pena de 12 anos e um mês de prisão a que foi condenado por corrupção, já está desesperada para se livrar da ilustre, e incómoda, presença do antigo governante, colocado numa cela da superintendência regional da corporação em Curitiba, capital do estado do Paraná, no sul do Brasil.O incómodo com a presença do líder da esquerda brasileira foi formalizado esta quarta-feira pelo sindicato que representa os delegados (inspetores) da corporação naquele estado.
Em ofício à Superintendência Regional da PF no estado, o Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Paraná, Sindpf-PR, solicitou a saída de Lula da Silva da cela que ocupa na sede da corporação e a sua transferência para um local mais adequado.No ofício, o sindicato sugere inclusive que Lula, que durante os oito anos em que foi chefe de Estado foi, por inerência do cargo, comandante supremo das Forças Armadas, seja enviado a um quartel, onde cumpriria a pena.
Para o Sindpf-PR, a presença do ex-presidente na sede da corporação em Curitiba, onde foi criada especialmente para ele uma cela numa antiga sala de um andar administrativo, para o isolar dos outros presos, coloca em alto risco a segurança dele, dos agentes federais que trabalham no imóvel e dos moradores que residem nas casas vizinhas.Além disso, a ilustre presença no edifício, onde também funcionam serviços de atendimento ao público como o de emissão de passaportes, praticamente inviabilizou o funcionamento normal das atividades.
Com o edifício cercado por forças da Polícia Militar, para manterem a pelo menos 150 metros de distância os apoiantes de Lula que se concentram no local desde sábado, o acesso ao imóvel é quase impossível.O serviço de passaportes, por exemplo, costuma receber largas centenas de pessoas por dia e agora têm de esperar por longo tempo para poderem entrar em pequenos grupos vigiados de perto por agentes, e isto depois de terem já passado por bloqueios e revistas da Polícia Militar nas ruas vizinhas, cuja interdição prejudica igualmente os moradores do bairro.
Além disso, refere o ofício do sindicato, enquanto Lula estiver ali, muitos agentes que deveriam estar nas ruas em diligências das mais variadas investigações, ficam no imóvel para reforçarem a segurança.O Sindpf-PR, sem entrar em detalhes, refere que delegados e agentes têm recebido ameaças, não especificando de quem, e que sempre há a possibilidade, por mais remota que pareça, de uma tentativa de invasão para resgatar Lula.
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