Polícia localiza e mata um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro
Thiago da Silva Folly foi cercado num bunker pela Polícia Militar.
Após mais de oito meses de um trabalho das suas forças de inteligência, a Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro localizou e matou na madrugada desta terça-feira um dos criminosos mais procurados daquele estado brasileiro, o traficante Thiago da Silva Folly, o TH. Ele foi cercado num bunker no alto do Morro do Timbau, no Complexo de Favelas da Maré, zona norte da capital fluminense, e, de acordo com a polícia, morreu durante a intensa troca de tiros que se seguiu ao cerco do local.
Outros dois suspeitos, que a PM afirma serem seguranças de TH, foram feridos e socorridos para um hospital da região, mas também não resistiram aos ferimentos e morreram pouco depois. TH era um dos chefes do tráfico de droga na Maré e líder da organização criminosa TCP, Terceiro Comando Puro, e era acusado ainda de participação na morte de dois agentes durante uma outra operação na Maré, no ano passado.
A ação desta terça-feira foi desencadeada pelo BOPE, Batalhão de Operações Policiais Especiais, a força de elite da PM, e iniciou-se pouco depois das três horas da madrugada locais, sete horas da manhã em Lisboa, apanhando a todos de surpresa. Ainda segundo a versão oficial, criminosos que protegiam TH incendiaram barricadas tentando impedir o avanço da polícia e quando os agentes se aproximaram do bunker os criminosos atiraram sem cessar, obrigando os militares a responder da mesma forma.
A grande operação acordou milhares de moradores do complexo em sobressalto com o barulho dos tiros, até porque a polícia usou espingardas de guerra de grosso calibre e os criminosos utilizaram até armas tracejantes contra os agentes, num cenário de guerra que se prolongou por várias horas, mesmo após a morte de TH. Diversas vias importantes da região norte do Rio de Janeiro, entre elas a Linha Amarela e a Linha Vermelha, que levam ao Aeroporto Internacional do Galeão, foram interditadas pela polícia pois cortam o Complexo de Favelas da Maré e havia confrontos em diferentes locais.
Os tiroteios generalizados impediram a abertura de 45 escolas ao amanhecer, obrigaram ao encerramento das unidades de saúde de toda a região e até a UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro, autorizou alunos, professores e funcionários a faltarem esta terça-feira. Até final da manhã, todo o comércio continuava fechado e milhares de pessoas ainda não tinham podido ir trabalhar ou comparecer a outros compromissos, quer por medo de serem atingidas por balas perdidas quer porque mais de 70 linhas dos autocarros dos transportes coletivos foram desviadas das suas rotas habituais para evitarem a região de conflito.
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