Polícia trava rede que queria traficar 400 kg de cocaína da embaixada russa na Argentina
Investigadores trocaram droga por farinha e seguiram malas por GPS. Polícia argentino entre os detidos.
As polícias da Argentina e da Rússia anunciaram esta quinta-feira a detenção de quatro pessoas, numa operação contra uma rede de tráfico de droga que pretendia usar voos diplomáticos para levar quase 400 kg de droga da embaixada da Rússia em Buenos Aires para a Europa.
O caso chegou às autoridades argentinas por iniciativa do embaixador russo em Buenos Aires. Em dezembro de 2016, Viktor Koronelli chamou a polícia à embaixada para dar conta que tinham sido detetadas várias malas prontas a embarcar num voo diplomático para a Rússia com 389 quilos de cocaína.A descoberta deu origem a uma investigação inédita, que juntou esforços das polícias argentina e russa. Os investigadores decidiram não atuar de imediato e deixar seguir a mercadoria para chegar aos traficantes. Mas com algumas alterações: A droga foi substituída por volumes com os mesmos 389 quilos, mas de farinha. Também foram colocadas localizadores GPS nas malas de viagem , para que a polícia soubesse sempre do seu paradeiro.E foi assim que, última quarta-feira, as malas chegaram a território russo num voo diplomático com a malas a bordo, levando a detenções nos dois países. Os suspeitos estavam a há muito a ser escutados e seguidos.O jornal argentino Clarín conta que rapidamente se percebeu o envolvimento de Iván Blizniouk, subintendente da polícia da Cidade de Buenos Aires, que fazia frequentemente operações de segurança na embaixada. Foi detido quando regressava à argentina com a namorada, num voo oriundo de Roma.Outros implicados identificados pelo jornal são Ali Abyanov, contabilista da embaixada, que fez entrar as malas e Alexander Chikalo, um cidadão russo naturalizado argentino. Outra pessoa, não identificada, foi presa na Rússia.Mas nem tudo correu bem na operação, mantida em segredo durante mais de um ano. Foram detetadas ligações da rede de tráfico de droga à Holanda e à Alemanha, onde, diz o Clarín, há suspeitos em fuga. Mais importante, o cabecilha da rede, identificado como 'senhor K', não foi apanhado. A própria ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, confirma que o homem está em fuga.
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