“Pontas soltas” atrasam aprovação do cessar-fogo
Benjamin Netanyahu cancelou reunião do governo israelita para dar ‘luz verde’ ao acordo alcançado quarta-feira no Qatar, acusando o Hamas de fazer exigências de última hora.
O primeiro-ministro israelitas, Benjamin Netanyahu, acusou ontem o Hamas de fazer exigências de última hora e cancelou a reunião do governo em que ia ser ratificado o acordo de cessar-fogo em Gaza, alcançado quarta-feira no Qatar. Os EUA dizem que algumas “pontas soltas” estão a ser resolvidas e mostraram-se confiantes de que a trégua entrará em vigor no domingo, como previsto.
“Não é propriamente surpreendente que, num processo tão complexo e desafiante, existam algumas pontas soltas. Estamos a tratar disso”, garantiu o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. Em causa estará, segundo a Reuters, uma disputa relacionada com os nomes de alguns prisioneiros palestinianos que o Hamas quer ver libertados em troca dos reféns israelitas.
Ontem de manhã, Netanyahu acusou o Hamas de “voltar atrás no acordado” e cancelou a reunião do governo em que o cessar-fogo ia ser aprovado. A imprensa israelita avançou ontem à noite que outra reunião foi marcada para hoje, sinal de que as divergências estariam ultrapassadas.
O acordo prevê, numa fase inicial, um cessar-fogo de seis semanas, acompanhado pela libertação de 33 reféns israelitas, principalmente mulheres e crianças, e a retirada das forças israelitas para junto da fronteira de Gaza, o regresso dos deslocados e a entrada de ajuda humanitária.
77 mortos desde o anúncio da trégua
As forças israelitas mataram pelo menos 77 pessoas em ataques na Faixa de Gaza desde o anúncio do cessar-fogo, na quarta-feira à tarde. Segundo o Hamas, um dos ataques atingiu uma área onde estava uma refém israelita que ia ser libertada, desconhecendo-se o seu estado. Após o anúncio, milhares de pessoas tinham saído às ruas para celebrar o fim das hostilidades.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt