Presidente do Haiti assassinado em casa
Autores do crime falavam espanhol e inglês e fizeram-se passar por agentes da DEA.
Um grupo de homens armados assassinou na madrugada de esta quarta-feira o presidente do Haiti. Jovenel Moïse, de 53 anos, foi baleado na sua casa em Porto Príncipe, tendo os atacantes ferido também a sua mulher, Martine, que ontem estava em estado considerado crítico. Um dos três filhos do presidente testemunhou tudo mas sobreviveu.
O ataque aconteceu menos de 24 horas depois de Moïse nomear Ariel Henry novo chefe de governo. O PM em funções, Claude Joseph, afirmou que os autores do assassínio eram estrangeiros que falavam espanhol e inglês e que se terão feito passar por agentes da DEA, agência de luta contra a droga dos EUA. Joseph decretou o estado de emergência mas apelou à calma. “A situação está sob controlo”, afirmou.
Moïse estava no poder desde 2017 e era acusado de corrupção e de se manter no poder para lá do final do mandato, que terminou em fevereiro. As legislativas de 2019 foram também adiadas, pelo que governava desde essa altura por decreto. Em fevereiro disse ter sido alvo de uma tentativa de golpe de Estado.
Os EUA enviaram uma nota de pesar, ofereceram ajuda ao Haiti e manifestaram “desejos sinceros de uma recuperação rápida da primeira-dama”.
60%
dos 11 milhões de haitianos vivem abaixo do limiar de pobreza, naquele que é o país mais pobre da América Latina e um dos mais pobres do Mundo.
É um dos países mais desiguais da região. Os 20% mais ricos detêm mais de 64% do rendimento total. Os 20% mais pobres detêm somente 2%.
Instabilidade política
Uma força da ONU foi enviada em 2004 para estabilizar o país e saiu em 2017 sem conseguir resultados significativos.
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