Preso por ameaçar Trump no Facebook

Emad Elsayed, um estudante egípcio de 23 anos que está nos EUA a frequentar um curso de treino de voo na Universal Air Academy, em Los Angeles, foi detido e recebeu uma ordem de deportação por ameaçar Donald Trump, candidato à Casa Branca, no Facebook.

"Se matasse este homem não me importava de cumprir a sentença até ao fim da vida e o mundo iria agradecer-me", escreveu Emad Elsayed na rede social, no início de fevereiro.

Foi Alex Khatib, o dono da escola de aviação, quem alertou o FBI para a publicação do jovem. A entidade acabou por encaminhar o caso para forças de combate ao terrorismo, o Estado e os serviços secretos. Dois dias depois, dois agentes dos serviços secretos norte-americanos foram até à Universal Air Academy interrogar o estudante, para saber se está ligado a organizações terroristas, e obrigaram-no a apagar a publicação.

Uma semana depois da visita dos serviços secretos, Emad Elsayed perdeu o visto de estudante que lhe permitia estar no país. "Elsayed foi colocado sob custódia a 12 de fevereiro por oficiais do US Immigration and Customs Enforcement (ICE) – agência americana responsável por identificar e desmantelar as vulnerabilidades relativas à fronteira do país – por alegadamente ter violado os termos da sua admissão nos EUA", explicou Virginia Kice, porta voz do ICE, em comunicado.

Durante toda a campanha eleitoral, Donald Trump tem assumido uma posição anti-muçulmana e anti-árabe, chegando até a considerar a hipótese de proibir muçulmanos de entrarem nos EUA.

É uma "selvajaria"

Hani Bushra, especialista em emigração, argumentou ao site The Intercept que o esforço do governo norte-americano para revogar o visto de Emad Elsayed é semelhante a "selvajaria".

"Nunca vi nada assim. A imigração tem sido usada como uma forma de puni-lo e tirá-lo do país", acrescentou Hani Bushra.