Primeiro-ministro demissionário afasta dissolução do Parlamento francês

Parece afastada, para já, a possibilidade de os franceses voltarem às urnas para novas eleições legislativas. Ao fim de dois dias de consultas, o primeiro-ministro demissionário Sébastien Lecornu informou esta quarta-feira o presidente Emmanuel Macron de que existe uma maioria clara no Parlamento a favor de um governo estável e indicou, em comunicação ao país, que existem todas as condições para que um novo chefe de Governo, eventualmente de esquerda, possa ser nomeado até ao final da semana.

“Existem 210 deputados que desejam uma plataforma de estabilidade e que defendem mais ou menos a mesma coisa em relação ao Orçamento”, afirmou Lecornu, que horas antes anunciara ter notado uma “convergência” das principais forças políticas, com exceção da extrema-esquerda e da extrema-direita, para salvaguardar a aprovação até final do ano de um orçamento que mantenha o défice público abaixo dos 5%. Defendeu ainda que os membros do próximo Governo “não devem ter ambições presidenciais”, para garantir a estabilidade.

Sobre o seu futuro, Lecornu confirmou que não fará parte do próximo Governo. “A missão que me foi confiada pelo Presidente terminou”, afirmou, adiantando que cabe a Macron escolher quem será o seu sucessor. Prometeu, no entanto, apresentar na próxima segunda-feira a sua proposta de Orçamento, para que os deputados tenham “algo com que trabalhar”.