Prisão de assessor aperta cerco a Temer

Rodrigo Rocha Loures ficou conhecido como “o homem da mala” após ser filmado pela polícia a receber luvas.

Rodrigo Rocha Loures (à direita) era um dos principais colaboradores do presidente Michel Temer Foto: Agência Câmara
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Um assessor especial do presidente brasileiro, Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, conhecido como "o homem da mala" por ter sido filmado a receber luvas supostamente destinadas ao chefe de Estado, foi detido pela polícia na sexta-feira, em Brasília. A prisão daquele que era considerado o seu braço-direito vem complicar ainda mais a situação de Temer, que amanhã começa a ser julgado por alegado uso de fundos ilícitos nas campanhas para as presidenciais de 2014.

Rocha Loures é um dos homens mais próximos do presidente, que o indicava a empresários acusados de irregularidades como a pessoa que poderia "ajudá-los". Foi Rocha Loures quem intermediou o encontro secreto, numa noite, entre Temer e Joesley Batista, dono da empresa JBS e acusado de corrupção, cuja divulgação originou a atual crise política.

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Dos cinco assessores especiais escolhidos por Temer ao assumir a presidência, Rocha Loures é o quarto a ter o nome ligado a suspeitas de corrupção e, segundo o procurador-geral Rodrigo Janot, era o executor das ordens do presidente relacionadas com negócios ilícitos. Pessoas ligadas a Temer indicam que a prisão do assessor pode ser um fator de peso no julgamento do presidente perante a justiça eleitoral, que começa amanhã. Em causa está o alegado financiamento ilícito da campanha eleitoral que elegeu a dupla Dilma Rousseff e Michel Temer como, respetivamente, presidente e vice-presidente do Brasil em 2014. Dilma foi destituída do cargo em 2016, pelo que qualquer sanção agora aprovada será pouco mais que simbólica, mas Temer pode perder o mandato se for provado o uso de fundos provenientes de doações ilegais.

Entretanto, num outro episódio envolvendo políticos sob suspeita, o Partido dos Trabalhadores, PT, de Lula da Silva e Dilma Rousseff, elegeu a senadora Gleisi Hoffmann como presidente. Gleisi, eleita com o apoio de Lula, é arguida no Supremo Tribunal numa ação em que é acusada de ter recebido avultadas verbas desviadas da petrolífera Petrobras.

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