Protestos pela morte de George Floyd cercam Casa Branca nos EUA
Presidente Trump chegou a ser levado para o bunker da residência oficial na sexta-feira à noite.
Os protestos violentos contra a morte de George Floyd não dão sinais de abrandar nos Estados Unidos, com a Casa Branca a tornar-se nos últimos dias num dos principais alvos dos manifestantes, ao ponto de o presidente, Donald Trump, ter de ser levado para o bunker da residência oficial por receios com a sua segurança.
Pergunta CM
Estados Unidos: Tensão racial é reflexo das políticas de Trump?
Mais de 50 agentes dos serviços secretos, encarregados de proteger o presidente, ficaram até agora feridos nos confrontos com os manifestantes, que por várias vezes tentaram aproximar-se da vedação da Casa Branca.
Na sexta-feira à noite, os serviços secretos tomaram a decisão inédita de levar o presidente para o bunker durante cerca de uma hora, temendo que os manifestantes conseguissem furar a barreira policial e entrar na residência, segundo relatou ontem o ‘The New York Times’.
Já este domingo, os confrontos junto à Casa Branca voltaram a ser extremamente violentos, com os manifestantes a atearem vários incêndios nas imediações, a atirarem pedras à polícia e a saquearem lojas em vários pontos da capital americana. No domingo foi decretado o recolher obrigatório entre as 23h e as 06h, mas nem isso ajudou a travar a violência.
Na última madrugada, uma pessoa foi morta a tiro em Louisville, Kentucky, quando a polícia abriu fogo sobre um grupo de manifestantes após ter sido alvejada.
Os manifestantes protestam contra a morte de George Floyd, um afro-americano de 42 anos morto por um polícia branco em Minneapolis, na passada segunda-feira.
O agente responsável, Derek Chauvin, já foi detido e acusado de homicídio, mas nem isso acalmou a fúria dos manifestantes, que têm semeado o caos em dezenas de cidades por todo o território dos EUA, numa explosão de violência já comparada aos tumultos raciais que se seguiram ao assassinato do ativista dos direitos cívicos Martin Luther King Jr., em 1968.
Foi decretado o recolher obrigatório em dezenas de cidades e a Guarda Nacional foi mobilizada em 23 estados e na capital. Mais de 1700 pessoas foram detidas até agora.
Pormenores
Trump pressiona estados
Donald Trump pressionou ontem os governadores dos estados mais afetados pela violência a usarem mão dura para travar os protestos. "Têm de ser dominantes. Se não dominarem isto, os manifestantes vão passar-vos por cima e vocês vão parecer um bando de idiotas", afirmou o presidente.
Filha de mayor detida
A filha do mayor de Nova Iorque Bill de Blasio, Chiara, de 25 anos, foi detida quando participava nos protestos contra a morte de George Floyd, no sábado. Já foi libertada.
Biden promete mudanças
O candidato democrata Joe Biden reuniu-se com líderes da comunidade afro-americana e prometeu criar um órgão de supervisão da polícia nos primeiros cem dias do seu mandato, se for eleito presidente.
Protesto em Amesterdão
Milhares de pessoas manifestaram-se ontem contra a morte de George Floyd em Amesterdão, gritando "não consigo respirar".
82ª divisão Aerotransportada está de prevenção
A 82.ª Divisão Aerotransportada do Exército, sediada em Fort Bragg, Carolina do Norte, foi colocada de prevenção para o caso de ter de intervir nalguma cidade.
A última vez que foi mobilizada para intervir em território americano foi para travar os saques que se seguiram ao furacão ‘Katrina’, em 2005. Antes tinha ajudado a combater os motins raciais de Los Angeles, em 1992.
Condutor espancado após investir com camião sobre milhares de manifestantes
Um condutor de um camião-cisterna investiu no domingo a grande velocidade sobre milhares de manifestantes que ocupavam uma autoestrada em Minneapolis, não atingindo ninguém por milagre.
O veículo acabou por se imobilizar e o condutor foi arrancado da cabine e espancado pelos manifestantes em fúria.
O incidente só não acabou da pior forma para o condutor devido à chegada rápida da polícia, que conseguiu evitar que o homem fosse linchado pela multidão.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt